A morte com nome de crack

Inúmeros têm sido os alertas sobre o avanço do consumo do crack no Brasil na última década, o que traz imensa preocupação à sociedade brasileira. Isso porque os efeitos devastadores dessa droga são gritantes e preocupantes. Uma dessas consequências é a destruição de vidas, de pessoas que são consumidas pelos trágicos efeitos do vício. Outra consequência é a destruição de famílias, impactadas pela presença de um viciado em seu meio.
Sem falar que na órbita do crack está o expressivo aumento na criminalidade em todas as esferas. O viciado, invariavelmente, recorre ao furto e ao roubo para continuar comprando a droga. O tráfico, visando se impor, alimenta a indústria ilegal das armas de fogos e pratica um cruel padrão de julgamento que leva à morte quem transgride as regras. Além disso, os graves efeitos alucinógenos levam viciados a praticarem tantos e tantos crimes.
A falta de uma política de enfrentamento público eficaz contra o crack é criticada no Brasil, apesar de ensaios iniciados nesse sentido. Agora, conforme informado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) lançou um portal para funcionar como um observatório nacional sobre o crack, com informações sobre consumo, investimentos e resultados de ações de combate à droga.
A constatação de que 98% dos municípios brasileiros enfrentam problemas com crack, nesse sentido, não pode ser ignorada. O poder público, principalmente através de políticas de segurança e de saúde, tem de dar uma resposta mais consistente à sociedade brasileira nesse combate. Aliás, o tratamento especializado de dependentes químicos no Brasil continua a ser uma grande lacuna.
Não podemos esquecer que o município de Rondonópolis, em pouco tempo, contará com duas casas para recuperação de homens com dependência química, mas nenhuma delas com espaço destinado à mulheres. Por isso, é importante que o poder público apoie iniciativas que visam implantar na cidade uma comunidade terapêutica voltada ao público feminino, a exemplo do intento da Igreja Assembléia de Deus Ministério de Madureira.
O Jornal A TRIBUNA aborda, mais uma vez, esse assunto diante da gravidade do problema, que avança e não pode mais ser ignorado. Afinal, o crack é a morte em forma de ilusão.