Os desafios de Silval

Silval Barbosa, desde ontem, pela manhã, é o governador de Mato Grosso. Discreto, polido e educado, Barbosa assume o Estado em um momento complicado, e pode sim, ter muitas dificuldades nos próximos nove meses que estará à frente do governo. O novo governador vai ter que usar de forma sábia a experiência adquirida como prefeito de Matupá, no norte do Estado e como presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.
Ele assume o governo em um período pré-eleitoral, quando os problemas do Estado dobram em suas proporções e as soluções justamente durante o período ficam mais complexas, ou seja Barbosa vai ter que mostrar que tem jogo de cintura e capacidade para gerir as dificuldades.
Um outro problema que Barbosa terá será a relação com a Assembleia Legislativa pelo mesmo motivo, em época de campanha será mais complicado aprovar projetos do executivo. Pois, a bancada de oposição está muito mais aguerrida e unida em torno dos projetos eleitorais, o que torna espinhosa a missão da situação, os argumentos para votar contra projetos que eram parcos, vão aumentar e muito.
Porém, Barbosa terá mais problemas pela frente. Em Rondonópolis, segunda economia de Mato Grosso, ele, mesmo sendo do PMDB, não terá o seu partido totalmente compromissado com o seu projeto. Ele pode viver aquele paradigma do “fogo amigo” e ser atacado por correligionários, principalmente os ligados ao prefeito Zé Carlos do Pátio. É fato que Pátio e parte de sua equipe, a principio não querem apoiar Barbosa e pode até mesmo trata-lo como opositor. Para completar o quadro, o próprio PR, partido do ex-governador Blairo Maggi, em Rondonópolis, não quer ver o PMDB local dividindo cargos do Estado no município. Uma prova é uma possível “briga” entre as duas siglas pelo comando do Hospital Regional. O governador terá que ter muita habilidade para controlar isso e não perder aliados de ambas as siglas.
Mas há uma vantagem para Barbosa, o fato de ser profundo conhecedor da atual máquina e ter assumido o Estado em diversas oportunidades na atual gestão. O discurso da continuidade que ele defende, neste momento é acertado, fazer muito em um período pequeno de tempo, é muito difícil, mas se realmente conseguir terá todos os méritos.
Isso vai dar a ele a condição de comandar Mato Grosso com uma certa tranqüilidade, apesar dos desafios que tem pela frente.