As vaias do povo

As vaias recebidas pelo prefeito Zé Carlos do Pátio, na última quarta-feira, durante a reinauguração das unidades do Sesi/Senai no município, mostram que há um clima de insatisfação com relação à gestão do peemedebista.
Pátio teve a carreira política notabilizada pelo grande apoio das massas populares. Por isso, diante do povo, sempre foi aplaudido pelas suas atitudes. Agora, começa a ver o outro lado da moeda.
No Executivo, o atual prefeito de Rondonópolis não está tendo o mesmo reconhecimento por parte das bases populares. Na avaliação de analistas políticos bem conceituados na cidade, os motivos para essa crise de popularidade pela qual passa o prefeito, são vários. A começar com a expectativa que foi criada antes mesmo dele ser empossado. Pátio, ao vencer o grupo do ex-prefeito Adilton Sachetti e do governador Blairo Maggi, criou dentro da população humilde uma certa empolgação e, a impressão que se tinha era que o atual prefeito iria, de uma só vez, resolver todos os problemas da cidade. Isso também ocorreu em razão do próprio discurso do prefeito durante a campanha. Outra questão relacionada às promessas de campanha foi o passe-livre para transporte de estudantes que, desde o início do governo Pátio é cobrado, mas até hoje não saiu do papel.
Para piorar ainda mais a situação do prefeito, há em sua gestão erros administrativos que, em hipótese alguma, poderiam ocorrer. Pátio, segundo os seus críticos, centraliza demais o poder em suas mãos e com isso cria uma máquina burocratizada e lenta nas decisões. O prefeito acaba demorando a tomar as decisões e cobra uma incontável documentação em todos os processos que tramitam no gabinete, o que pode até ser considerado como excesso de zelo.
Desta forma, problemas relativamente fáceis de resolver de imediato, acabam virando novelas com finais extremamente complicados. O último exemplo foi o conserto mecânico de ambulâncias do SAMU. Para muitos, o prefeito age como legislador e não como executor. Por isso, na opinião de pessoas chegadas ao próprio peemedebista, se Pátio não rever o estilo de administrar a cidade, corre o risco de passar por outros constrangimentos como o registrado na quarta-feira passada.
Rondonópolis, como a segunda economia de Mato Grosso, não pode parar. Estamos torcendo para novos rumos na administração municipal.