Novas expectativas

A reportagem deste domingo do Jornal A TRIBUNA sobre os impactos da chegada da Ferronorte a Rondonópolis traz mais ânimo para os moradores da cidade. Dimensionar o real reflexo da presença do terminal na cidade é difícil, mas, conforme vimos, há a certeza de que o investimento beneficiará em muito a população de forma geral, atraindo outros investimentos, gerando renda aos moradores, oportunidades de emprego e maior arrecadação aos cofres públicos.
Existe um consenso de que os trilhos da Ferronorte incrementarão a economia de Rondonópolis. O quanto a economia será incrementada é outra história. O importante é que, de antemão, o poder público se prepare para essa nova fase que a cidade tende a viver, fazendo esforços para a qualificação da mão-de-obra, disponibilizando áreas para instalação de novas indústrias e empresas e ofertando atrativos para que os investimentos acabem não indo para cidades como Itiquira, também na rota dos trilhos.
Será importante para os empresários locais encontrarem na ferrovia uma oportunidade de novos negócios, seja importando matéria-prima a um preço mais acessível ou servindo de base para exportação da sua produção para o mundo, com um custo de transporte menor. Outro fator importante a ser pensado é a infra-estrutura próxima ao local onde será instalado o terminal, que deve ser um dos maiores da Ferronorte. O fluxo de carretas ao longo da BR-163 aumentará consideravelmente e, por isso, é preciso pensar em melhorias no trecho até o terminal.
Enquanto os trilhos e o terminal não viram realidade, a sociedade e as autoridades políticas devem ficar atentas ao cumprimento de prazo para a conclusão das obras, já reiniciadas conforme o noticiado. Isso é importante para que as obras não sofram atraso ou paralisações. Afinal, um aditivo assinado pela concessionária da ferrovia prevê o prazo para chegada a Rondonópolis até o fim de 2010. Outra necessidade é a promoção de discussões a respeito dos reflexos sociais da chegada da ferrovia. Quanto a isso, temos os exemplos de Alto Taquari e Alto Araguaia, em Mato Grosso, que podem ser bons termômetros.
Ao longo da sua história, Rondonópolis tem passado por ciclos de euforia econômica e de dificuldades. Tomara que seja mais uma nova fase áurea para a economia local.