A notícia da reativação da Patrulha de Assistência Familiar foi realmente alvissareira, não apenas pela sua forma mas, sobretudo, pela relevância que ela encerra, quando possibilita um atendimento diferenciado a um segmento social extremamente importante, que é a família, e num instante em que ela se encontra fragilizada e envolta em dificuldades, por conta de algum conflito interno.
E esse ato de reativar esse importante mecanismo de controle e prevenção da violência, demonstra a preocupação que os segmentos organizados da sociedade têm com a questão, além de demonstrar o real interesse e disposição das nossas autoridades que se mostraram atentas a um problema tão sério.
E a boa notícia não pára por aí: a preocupação em capacitar os policiais que vão estar atendendo às ocorrências envolvendo esses conflitos familiares, cujas vítimas sejam as mulheres, vem reforçar a amplitude e a relevância que o tema suscita, inclusive no judiciário, que não tem apenas a preocupação de punir os infratores da ordem social, mas sobretudo contribuir para que essas situações não ocorram. E essa preocupação pode ser sentida mais especificamente na Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, que já funciona em Rondonópolis há cerca de dois anos e é quem trata desse problema no dia a dia, digamos, mais de perto.
Então, essa iniciativa da magistrada Maria Mazarelo Farias Pinto, em estabelecer parceria com a Polícia Militar, aliada à boa vontade e sensibilidade demonstradas pelo comandante do 5º BPM, tenente coronel Pery Taborelli, em acatar a idéia e no menor espaço de tempo possível possibilitar as condições necessárias para a reativação da PAF, deve ser antes de tudo aplaudida pela nossa população e incentivada, para que não venha sofrer no futuro qualquer problema de descontinuidade, numa eventual mudança de comando na PM.
Infelizmente, esses problemas acontecem com frequência no trato e na gestão da coisa pública. É o caso muito comum da autoridade que ascende a um cargo público, substituindo outra, e estabelece novas prioridades administrativas, mudando todo um contexto de ações que vinha dando certo, sem consultar a população, que é a principal beneficiada e quem paga as contas dessas mazelas.