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Rondonópolis
, 18 maio 2024
 
 

Maior fuga da Mata Grande: Justiça inocenta policiais acusados de facilitar fuga

Fuga aconteceu no ano de 2007, quando 59 presos escaparam por um túnel aberto a partir de uma ala inativa

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O advogado Ronaldo Bezerra, o policial penal José Donizete da Silva e a advogada Jacqueline Drosghic, na redação do A TRIBUNA: “Depois de 15 anos carregando esse fardo nas costas, a gente pôde provar nossa inocência” (Foto – Denilson Paredes)

Dois policiais penais acusados de terem facilitado uma fuga de presos da Penitenciária Major Eldo de Sá, a Mata Grande, em Rondonópolis, foram inocentados da acusação. A fuga aconteceu no ano de 2007, quando 59 presos escaparam por um túnel aberto a partir de uma ala inativa da penitenciária, sendo a maior fuga de presos do estado até a data. Na ocasião, alguns policiais penais acabaram sendo acusados de terem participado da fuga, mas a Justiça acabou por reconhecer a inocência dos acusados.

Segundo o advogado Ronaldo Bezerra, que atuou na defesa dos policiais penais, em meio às investigações sobre as circunstâncias da fuga dos presos, houve uma briga entre dois internos da Penitenciária, quando um dos internos tentou matar outro a facadas, e os investigadores atribuíram essa tentativa de homicídio aos policiais penais, alegando que a vítima da tentativa de homicídio teria dito a outros detentos que teria visto a movimentação antes da fuga e avisado o sub-diretor José Donizete da Silva, que teria lhe dito que se ele não ficasse quieto, iria morrer. Ronaldo conta que, mesmo tendo sido atendido e levado para receber cuidados médicos pelos policiais penais, não se sabe por que motivos, o detento ferido continuou sustentando a sua acusação.

A partir de então, as investigações começaram a ligar a tentativa de homicídio à fuga dos detentos e pediram a prisão de quatro policiais penais: o então sub-diretor José Donizete da Silva, o então chefe de disciplina Rubens Cláudio Rojas, e mais dois, que acabaram presos. José Donizete conta que chegou a ficar preso por 63 dias, antes de ser solto para responder ao processo em liberdade, após a aprovação de um pedido de Habeas Corpus.

“Só que se tratava de uma liberdade provisória, em que eles tinham que seguir algumas condições impostas pela Justiça. E essa tentativa de homicídio, como foi um crime doloso contra a vida, eles acabaram indo à Júri Popular. E foram pronunciados para o Júri. E todos eles sofreram muito em razão disso”, explicou Ronaldo Bezerra.

 

 

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O advogado conta que, durante o tramitar do processo, um dos acusados morreu e outro teve o processo desmembrado, mas José Donizete da Silva e Rubens Cláudio Rojas foram submetidos ao Júri Popular no último dia 31 de março e absolvidos. “Ás vezes, uma pessoa pode ser absolvida por falta de provas, mas ainda fica aquela suspeita, mas no caso deles, não. O Conselho de Sentença reconheceu, por maioria, que eles não concorreram com a infração penal, com o crime. Ou seja: ficou comprovado que eles não tinham nada a ver com isso”, completou.

Agora, a defesa deve recorrer contra o Estado de Mato Grosso exigindo uma reparação para os policiais penais acusados injustamente.

“ALIVIADO”
Policial penal desde 2004, José Donizete da Silva conta que se sente aliviado com a sentença que absolveu ele e seu colega da acusação de ter facilitado a fuga dos presos. “Foi muito difícil esse período todo. Foi uma barra! Durante esse tempo, afeta tudo, a base toda da gente, estrutural, familiar. A gente fica numa angústia muito grande, querendo saber o que o povo pensa da gente, mas quem não deve, realmente não teme. E graças primeiro a Deus e depois aos meus advogados, e aos colegas que nos ajudaram, hoje me sinto aliviado, com o dever cumprido. Depois de 15 anos carregando esse fardo nas costas, a gente pôde provar nossa inocência. Sofremos demais, só nós sabemos o que passamos”, contou, com os olhos marejados de lágrimas.

Com relação ao processo exigindo reparação pelos anos de sofrimento, José Donizete diz achar importante o reconhecimento do erro por parte do Estado, mas diz que não tem interesse em reparação financeira. “Não me interessa a parte financeira, mas sim a moral. O reconhecimento da minha inocência. Sofremos muito, muito mais do que se possa imaginar”, concluiu.
Eles estavam acompanhados da também advogada Jacqueline Drosghic, que atuou na defesa.

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1 COMENTÁRIO

  1. Aham! Tá bom! Tudo aconteceu sem que ninguém percebesse!
    Mais uma vez, Bolsonaro tem razão: bandido bom é bandido morto! Nunca vi nenhum deles fugir do cemitério!!!!

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