O jornalista e escritor Rui Matos, natural de Rondonópolis, é um dos 11 candidatos que disputam duas cadeiras na Academia Mato-Grossense de Letras no pleito do dia 07 de agosto, em Cuiabá. Onze candidatos disputam as duas cadeiras que tem como patronos Joaquim da Costa Siqueira (Cadeira nº 02) e Joaquim Duarte Murtinho (Cadeira nº 26).
Os últimos ocupantes foram Marília Beatriz de Figueiredo Leite e Benedito Pedro Dorileo, respectivamente. Para a presidente da AML, Sueli Batista, o número de inscritos superou as expectativas e revela que a instituição atrai a atenção de novos autores.
“É um privilégio ver a nossa Academia de Letras tão prestigiada. Isso mostra que a AML tem projeção e que há renovação de escritores. Temos que comemorar”, declarou.
Na cadeira nº 05 da AML, outro rondonopolitano já representa o município desde 2007. Wanderlei José dos Reis é autor de oito livros e de inúmeros artigos publicados em revistas jurídicas especializadas no Brasil e Europa.
“Wanderlei é especializando em filosofia e direitos humanos, professor de Direito e magistrado”, observa Rui Matos, que pleiteia a cadeira deixada por Marília Beatriz, vítima da Covid-19 em 03 de julho de 2020.
Rui Matos é autor da trilogia romântica Agnus Dei e teve as duas primeiras obras (No Mar de Água Doce e A Voz dos Sinos – Ed Carlini & Caniato) premiadas no Edital da Biblioteca “Estevão de Mendonça”, do Governo de Mato Grosso. Jornalista há quase 30 anos com especialização em Filosofia, Marketing e Historicidade Maçônica, Rui Matos é editor da Revista RDM, com sede em Cuiabá, e já conquistou também os prêmios Jornalista & Cia de Imprensa e Sustentabilidade, os prêmios Sebrae de Jornalismo em 2013 e 2015, além de finalista do 10º GP de Jornalismo do Instituto Airton Senna em 2010.
Além de ofertar a sua experiência literária, o jornalista pretende fomentar discussões atuais no âmbito da AML. O autor se define como alguém que busca a superação e vence. Quando questionado sobre os motivos que o levaram a candidatar-se à Academia de Letras, ele é enfático: “Porque antes de ser um sonho, é uma razão existencial para um escritor que vive, respira, se alimenta das letras e compartilha desse prazer”.
No quesito contribuição, Rui Matos diz que, se eleito, deseja contribuir com iniciativas que levem a AML descobrir novos autores; estimular o ingresso dos autores aos novos mecanismos de difusão de obras online. “Precisamos fomentar, ainda mais, o debate e alternativas para que possamos ser ainda mais admirados e lidos, criando um cenário positivo ao retorno intelectual e financeiro que todo autor deseja”, define Rui Matos. “Além de zelar pela língua portuguesa e fomentar a produção literária, podemos ir além numa interação ainda maior com a sociedade e com quem produz cultura em Mato Grosso”.
Para o escritor, será um privilégio poder estar no mesmo ambiente antes frequentado por personagens históricos como José de Mesquita, Barão de Melgaço, Visconde de Taunay e José Barnabé de Mesquita, só para citar alguns.
“Temos personagens mais recentes que também deixaram o seu legado à cultura, artes e literatura mato-grossense e que passaram pela Casa Barão de Melgaço. Admiro muito Dunga Rodrigues, Maria de Arruda Muller, meu saudoso amigo colega de crônicas na Revista RDM, Benedito Pedro Dorileo; além de minha vizinha e querida amiga, Marília Beatriz de Figueiredo Leite”, completou Rui Matos.
Ele salienta que a Academia Mato-grossense de Letras perdeu dois grandes membros, no entanto, 11 candidatos concorrendo a essas duas vagas mostram o respeito e o reconhecimento aos últimos ocupantes. “Estou feliz só de participar e desejo a mesma sorte aos demais concorrentes”. Disputam a cadeira nº 02, Caio Augusto Ribeiro, Celso Ferreira da Cruz Victoriano, Gabriel Augusto Leal, Kleiber Leite Pereira, Marli Walker e Rui Matos. Para a cadeira nº 26 os candidatos são Allan Kardec Pinto Acosta Benitz, Antônio Ernani Pedroso Calháo, Bruno Lima Barcellos, Josué Ribeiro da Silva Nunes e Mário Cézar Silva Leite.
HISTÓRIA
A Academia Mato-grossense de Letras (AML) é a mais antiga instituição literária de Mato Grosso, em atividade desde a sua fundação em 1921. Está sediada em Cuiabá, na Casa Barão de Melgaço, imóvel que pertenceu ao Barão de Melgaço, onde funciona também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. A exemplo da Academia Brasileira de Letras, a AML é formada por 40 membros e só é feita uma nova admissão por meio de eleição interna quando ocorre a defunção de algum ocupante de suas cadeiras.