Problemas persistem e aeroporto fica sem voos noturnos por 1 noite

Mesmo após a vistoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que aconteceu no último mês de março, o Aeroporto Municipal Marinho Franco, em Rondonópolis, ainda não teve a homologação do RNAV, equipamento que auxilia o aeroporto a operar por instrumentos, e continua apresentando problemas, como o ocorrido na noite da última segunda-feira (30), quando os pousos e decolagens foram suspensos, causando transtornos para dezenas de pessoas, que aguardavam tanto para decolar da cidade quando para vir para cá de outras cidades. O Marinho Franco é muito criticado pela população e pelos seus usuários, principalmente por conta do constante cancelamento de voos, o que tem gerado transtornos para esses usuários, que em grande parte das vezes preferem ir até Várzea Grande para embarcar em seus voos.

De acordo com o secretário municipal de Transporte e Trânsito, Rodrigo Metelo, o problema que causou o cancelamento dos voos noturnos teria sido um problema no farol que orienta os pousos e decolagens, o qual já teria sido resolvido. “Esse problema já foi resolvido e o farol já está operando normalmente hoje [ontem]. Tudo se resumiu a um pequeno problema técnico, que já foi resolvido e foi o primeiro problema dessa natureza que tivemos no aeroporto este ano”, disse, sem entrar em maiores detalhes.

Outra situação que tem sido de alvo de cobranças constantes da população é a homologação do RNAV, que é um equipamento que auxilia os pousos e decolagens em situação de pouca ou nenhuma visibilidade, que já está há um bom tempo instalado no aeroporto, mas depende de ser homologado pela Anac para entrar efetivamente em operação. “Essa situação está caminhando, mas a Anac está sendo muito morosa. A Anac vem aqui, encontra uma não-conformidade, a gente vai e resolve, mandamos os documentos comprovando isso, mas aí tudo é moroso. Já foi tudo inspecionado, mas eles não mandam todas as exigências de uma vez. Então, estamos aguardando, até porque podem fazer novas exigências”, informou Metelo.

Anteriormente, a superintendente do Aeroporto, Bianca Araldi, declarou, ainda no mês de junho, que o RNAV dependia somente de questões documentais para começar a operar e que até o mês de julho o processo junto à Anac já estaria concluído. Passado o prazo, nada aconteceu e os problemas no Marinho Franco continuam surgindo e provocando o cancelamento dos poucos voos comerciais que ainda se arriscam a vir para a cidade.

“Com relação ao problema no farol, que é um problema corriqueiro que ocorre em todos os aeroportos, o que é recomendado pelos órgãos que regulamentam o setor é que haja profissionais de plantão e materiais em estoque, para que problemas simples como esse sejam resolvidos assim que surgirem, sem a necessidade de fechar o aeroporto ou cancelar voos”, afirmou o funcionário público Roberto Mendonça, ex-funcionário do Marinho Franco e estudioso do assunto.

Para Mendonça, outra situação que chama a atenção é a morosidade com que a Anac trata a questão da homologação do RNAV, já que o órgão historicamente não costuma demorar tanto em questões simples como essa. “O que eu sinto é que, se a Anac não liberou, é porque falta alguma coisa. A Anac não costuma demorar tanto em um processo simples como esse. Eu creio que a Prefeitura, o secretário de Trânsito, deveria vir a público esclarecer qual é a real situação do aeroporto, até para poder contar com o apoio da sociedade nessa luta por melhorias no espaço”, continuou Mendonça.

Segundo informações que chegaram ao A TRIBUNA, pessoas ligadas ao Grupo de Mulheres em Prol de Rondonópolis estariam tentando agendar uma reunião com a diretoria da Anac para saber a real situação do Marinho Franco junto ao órgão e o por quê da demora para a homologação do RNAV.