O fechamento dos leitos da UTI Pediátrica, que fica na Santa Casa de Rondonópolis, desde o dia 19 de julho, fez a sua primeira vítima. O bebê Samuel Rondon Leite, de apenas um ano, morreu na madrugada de ontem (28), por volta de 2h45, no Pronto Atendimento Infantil.
Segundo informado pela família, o bebê foi levado para um hospital particular com crises de convulsões, na manhã de sexta-feira (27). De lá, foi transferido para o PAzinho para um leito de estabilização, para aguardar uma vaga em UTI Pediátrica. Enquanto a Central de Regulação buscava vaga em cidades como Cuiabá, Sinop ou Tangará da Serra, o bebê permaneceu no PAzinho. Na manhã de sexta-feira, teve uma convulsão e a família saiu em busca de socorro.
“Ele foi atendido, mas por falta de aparelhos, por falta da UTI, acredito que não teve o suporte que ele precisava. A gente viu que o pessoal que trabalha lá fez o que podia, pegou coisa emprestada, mas não foi suficiente. Cadê o prefeito? Cadê o governador? Quantos vão morrer?”, indagou o pai, José Gonçalves Leite Filho, para a reportagem do Jornal A TRIBUNA.
A mãe, Rosilda de Pinho Rondon Leite, contou à reportagem que Samuel foi um bebê prematuro, ficou dois meses na UTI Neonatal da Santa Casa, mas que se recuperou bem e estava saudável. A família vive no Jardim Ipiranga, região da Vila Operária, e tem mais três filhos. Desolados, os pais e familiares cobram que as autoridades tomem providências, para que mais crianças não morram desta forma.
Samuel foi velado na União Familiar e será sepultado hoje (29), no cemitério do Lourencinho.
OUTRO CASO – Também no PAzinho está Samuel Luiz, de cinco anos, desde a última quinta-feira (26) aguardando vaga em leito de UTI Pediátrica. Segundo informado pela mãe, Dhakilenes Silva, ele teve uma convulsão enquanto dormia e também uma parada cardiorrespiratória. A criança estava entubada, aguardando que a Central de Regulação consiga uma vaga em leito de UTI Pediátrica.
“Eu não tenho o que reclamar do pessoal aqui, que está sendo muito prestativo, cuidando o tempo todo e fazendo até o impossível. Mas a gente vê a dificuldade, não tinha bomba, não tinha medicamento… Não é o local ideal. É desesperador para uma mãe ficar nessa situação. O outro bebê, também Samuel, infelizmente não sobreviveu”, contou Dhakilenes, que acompanhou o sofrimento da família do bebê de um ano que acabou morrendo.
O quadro da criança de 5 anos, que também está em um leito de estabilização devido a falta de UTI, começava a melhorar ao final do dia de ontem (28), no fechamento de nossa edição. A expectativa era de que ele seria desentubado para, com reação positiva, ser levado para a pediatria clínica da Santa Casa de Rondonópolis.
Senhor prefeito, senhor governador vocês são responsáveis. Queremos justiça, pois ninguém está acima da Lei.