Rondonópolis e a Universidade Federal de Rondonópolis

Rondonópolis completa neste dez de dezembro sessenta e um anos de emancipação política e se apresenta como um polo industrial e comercial, com logística privilegiada devido à sua localização em entroncamento de importantes rodovias e com acesso à FERRONORTE que tem implementado o transporte de grãos na região. Com uma população superior a duzentos mil habitantes, conforme dados do IBGE, Rondonópolis conta com vários novos conjuntos habitacionais e instalação de novas empresas e indústrias o que reafirma a posição deste município como referência na região sul de Mato Grosso.
Contudo, apesar dos altos índices de crescimento e de atingir um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em torno de 0,791 (IBGE, 2010) Rondonópolis ainda carece de investimentos na saúde e na educação. Desde 2005 professores, técnicos e estudantes do campus Universitário de Rondonópolis/UFMT lutam pela criação da Universidade Federal de Rondonópolis como caminho para melhorar as condições de acesso ao ensino superior na região.
Seguindo as exigências legais, em 2007 foi elaborado o projeto para a criação da Universidade Federal de Rondonópolis e apresentado à comunidade local. O projeto foi encaminhado à reitoria da UFMT e foi aprovado pelo Conselho Superior da UFMT, pela classe política local e em 2011 foi analisado pelo Ministério da Educação, em Brasília. Falta agora a sua aprovação que depende, em muito, do empenho de nossos vereadores, prefeitos, governador, deputados estaduais e federais e senadores.

O Campus Universitário de Rondonópolis conta atualmente com vinte e um cursos de graduação, dentre estes, o tão almejado curso de Medicina; oferece três cursos de Mestrado nas áreas de Engenharia Agrícola, Educação, e Geografia e um curso de Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Recursos Naturais da Universidade Federal de Mato Grosso em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande. Além desses cursos, vários outros, inclusive os de Direito, Jornalismo e Engenharia Civil estão com seus projetos aprovados faltando apenas a sua criação. No que se refere à estrutura física e administrativa, há pessoal qualificado, a maioria doutores e mestres e espaço físico adequado para abrigar a nova universidade. Nesse quadro, o Campus de Rondonópolis possui todas as condições para se tornar uma Universidade Federal.
Várias têm sido as atividades em prol dessa criação, tanto em nível interno quanto junto à Comunidade, por meio de atos públicos e participação em sessões na Câmara Municipal. É uma luta que extrapola os limites do Campus, pois interessa a toda a comunidade e conta com o apoio e a participação de vários municípios do Sul do estado. De acordo com dados do IBGE, a região sul de Mato grosso apresenta uma população de 443.511 habitantes, destes, 20.115 estudantes do ensino médio que necessitam de cursos superiores para continuidade de seus estudos.
O Campus de Rondonópolis conta atualmente com 5.401 estudantes matriculados e oferece para o próximo ano mais de mil vagas para os diversos cursos, mas poderia estar oferecendo muito mais; daí a urgência na criação da U.F.R.
Uma inovação nesse processo foi a criação do Comitê Pró- Universidade Federal de Rondonópolis – UFR composta por docentes, técnicos, estudantes do Campus Universitário de Rondonópolis, representantes de diversos segmentos da sociedade civil e pela classe política da região sul de Mato Grosso com vistas à criação da Universidade de Rondonópolis. O projeto já foi atualizado e encaminhado às instâncias superiores e aguarda a mobilização da nossa classe política e sua aprovação pelo MEC.
Uma universidade autônoma em Rondonópolis beneficiará não apenas aos estudantes que nela se matricularem, mas a toda a região sul de Mato Grosso, com ensino gratuito e de qualidade, pesquisa e extensão envolvendo a comunidade local e formação de pessoal qualificado para as mais diversas áreas do conhecimento.

Rondonópolis merece esse presente… Esperamos a mobilização e envolvimento cada vez maior da nossa classe política, dos representantes da sociedade civil organizada, dos nossos docentes, discentes e técnicos do Campus Universitário de Rondonópolis e de toda a comunidade local para que o sonho de uma universidade federal em Rondonópolis se torne realidade. E mais que um sonho, a Universidade Federal de Rondonópolis é uma necessidade para os municípios da região sul de Mato Grosso que carecem de mais vagas e cursos para atender à crescente demanda tanto na profissionalização de seus jovens quanto para a inserção destes na economia local. É momento de unir forças para que o MEC reconheça a urgência na aprovação deste projeto. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

(*) Laci Maria Araújo Alves é historiadora e professora na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)/Campus Rondonópolis.