Eleição histórica faz 28 anos em novembro

Uma das mais emblemáticas disputas eleitorais da história de Rondonópolis completa, no próximo dia 15 de novembro, 28 anos. Trata-se das eleições de 1982 vencidas pelo então deputado federal Carlos Bezerra. O que chamou a atenção naquela eleição foi a quantidade de candidatos ao cargo de prefeito e também o resultado final, considerado uma grande surpresa, pois Bezerra não constava entre os favoritos. “Cada partido poderia lançar três candidatos, pois existia na época a chamada sublegenda”, explicou o ex-vereador Miguel Ramos, que participou ativamente daquela campanha. Ao todo, foram sete candidatos que colocaram o nome na disputa pela prefeitura.
O PDS, que era o maior partido da época, lançou três candidatos. O farmacêutico João Moraes, que tinha como vice o empresário Amir Donato; o ex-prefeito Cândido Borges Leal, o Candinho, que tinha como vice Francisco Venega Filho e o ex-deputado estadual Moisés Feltrin, que teve como vice o cartorário Cláudio Xavier de Lima. Feltrin era apontado, na época, como grande favorito.
Pelo PMDB, disputaram as eleições, o então deputado federal Carlos Bezerra que teve o médico Fausto Farias como vice e o empresário Antônio Estolano, que era oriundo do PP, tendo como vice Hélio Ferreira Matos. O PP foi criado, na época, pelo político mineiro Tancredo Neves, que chegou à presidência da República. “O PP, na época, se uniu ao PMDB”, explicou Estolano.
O PDT também lançou dois candidatos naquela eleição, Anderson Vatutin Loureiro com o vice Jonas Matos e o jornalista Eduardo Gomes, o Brigadeiro, que teve como vice Maria das Graças.
A coligação Bezerra e Estolano somou 15.034 votos, sendo que Bezerra teve 13.430 votos e Estolano 1.605 votos. A coligação do PDS que ficou em segundo lugar somou 14.737 votos, sendo que Moisés Feltrin ficou em primeiro lugar nessa coligação. Porém, foram os 297 votos favoráveis à coligação de Bezerra, na soma dos votos das coligações, que lhe garantiram a vitória.
Para Miguel Ramos, o resultado destas eleições mudou a concepção política de Mato Grosso. “O que ocorria antes era que tudo era decidido na Capital e após essa vitória do Bezerra, as coisas mudaram, o interior passou a ter representatividade e poder de decidir, pois logo em seguida o Bezerra foi governador”, disse Ramos.
LONGE
Dos principais personagens destas eleições, apenas Bezerra, Moisés Feltrin, Estolano, Anderson Vatutin Loureiro e Eduardo Gomes estão vivos. Porém, apenas Bezerra ainda milita na política. Estolano explicou que, após essa eleição, passou a atuar mais nos bastidores.
Feltrin  chegou a disputar mais uma eleição para prefeito, mas não venceu. Ele, no entanto, chegou à presidência da Assembleia e a governar Mato Grosso por um curto período por força de ocupar o cargo de presidente da AL. Candinho faleceu no final da década passada e João Moraes neste ano.