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INGLÊS COM MÉQUI

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(*) by Jerry Mill

Para começar, dear reader, saiba que há muito mais entre hot dog e feijão com arroz, Estados Unidos e Brasil, ou McDonald’s e iFood, do que julga a nossa tacanha filosofia. Se você acha que não, vejamos…
Quando o McDonald’s foi criado pelos irmãos Richard e Maurice na pequena cidade de San Bernardino, estado da Califórnia, nos Estados Unidos, no dia 15 de maio de 1940, meu falecido pai tinha apenas 3 anos de idade. Eram outros tempos, encravados entre as duas grandes guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), em que o mundo e as pessoas tinham outros sonhos e necessidades, e eram muito diferentes daquilo que são hoje em dia. Não que isso fosse bom ou ruim, melhor ou pior. Era… diferente!

Em 2024, passadas quase oito décadas e meia, mesmo com seus altos e baixos, a companhia americana do ramo alimentício se tornou uma potência empresarial global, uma representante do tão propalado (e ainda contestado) American way of life, com faturamento bruto e lucro líquido que, ano após ano, continuam a surpreender e até a rivalizar com as arrecadações de algumas nações do chamado Terceiro Mundo.

Por outro lado, segundo o site da própria empresa, o iFood surgiu em São Paulo como um guia impresso de cardápios (chamado Disk Cook) que permitia que os pedidos fossem feitos por meio de uma central telefônica. Oficialmente, ele foi criado no dia 15 de maio de 2011* pelos sócios brasileiros Patrick Sigrist, Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante. No ano seguinte, o site e o aplicativo para dispositivos móveis foram lançados, impulsionando exponencialmente as opções e as vendas dos serviços oferecidos. Isso favoreceu a sobrevivência do empreendimento em meio à feroz concorrência do mundo virtual e às inseguranças sanitárias e econômicas dos tempos da covid-19, tornando a empresa sinônimo de delivery (entrega) na América Latina. Não é pouca coisa…

Now, no campo da linguagem, vale destacar dois fatos: a pronúncia e, em especial, a ortografia de ambas as marcas. O McDonald’s não resistiu ao hábito popular e adotou (pelo menos no Brasil) a denominação de Méqui** (sic), forma aportuguesada da palavra da língua inglesa, mas de origem escocesa, equivalente a ‘son’ (filho)***. Quanto ao iFood, que 11 de cada 10 brasileiros que não são fluentes em inglês dizem /aifúdi/, optou por copiar a invenção ortográfica do iPhone da Apple (lançado em 2007) fazendo uso do i minúsculo (que, segundo o próprio Steve Jobs quer dizer ‘internet’, ‘individual’, ‘instruct’, etc.) e da letra f de ‘food’ (notadamente um substantivo simples) com grafia maiúscula. Não há nada de extraordinário ou inédito nos dois casos, dearie. Mas eu creio que é sempre bom lembrar que originalidade e inovação não necessariamente querem dizer a mesma coisa, especialmente nestes tempos em que segundos podem significar coming ou going de milhões de dólares ou euros para as ou das contas destas giants do mercado.

O mais interessante nisso tudo é a junção/união de duas empresas de países tão parecidos e tão diferentes (EUA e Brasil, no caso) com um propósito idêntico e explicitamente capitalista: manter-se no topo ao conquistar mais e mais fregueses/clientes para, consequentemente, fazer fortuna e continuar a expandir suas operações para outras cidades, estados ou países.

Anyway, esta é a temática do mundo contemporâneo, ladies and gentlemen (no campo pessoal ou coletivo): viralizar e se tornar uma força (inter)nacional. Daí o nosso permanente tom de alegria/tristeza ou resignação/indignação quando decidimos divagar sobre o ponto a que nós chegamos como homo sapiens – ou homines sapientes, se preferir…

* Talvez não seja por acaso que as duas empresas (parceiras no Brasil e em outros países) tenham sido fundadas no mesmíssimo dia 15 de maio, ainda que 71 anos antes/depois.
** Lembrando: ‘hamburger’ é inglês, ‘hambúrguer’ é português; ‘cheeseburger’ é inglês, ‘x-salada’ (ou quetais) é português; e ‘bacon’, well, é ‘bacon’ mesmo!
*** Assim sendo, ‘Donaldson’ é a forma anglo-americanizada de ‘McDonald’, ou ‘MacDonald’. Outro exemplo: o sobrenome de Paul McCartney, dos Beatles.

(*) JERRY MILL é presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis

 

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