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Como explicar o nosso capitalismo tardio na Formação Econômica do Brasil?

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(*) Ney Iared | (*) Anderson Silva

Caros leitores, inúmeros fatores corroboram para explicar o porquê do capitalismo tardio no Brasil. Estes são objetos de preocupação na formação econômica brasileira, que vai desde sua fase colonial, dependência externa comercial, concentração e desigualdade social e de renda, instabilidade política e institucional, infraestrutura precária entre outros. Portanto, aqui analisaremos os elementos históricos como a economia colonial, o trabalho escravo, a diversificação econômica, a Independência, a era republicana e a imigração e o impacto desses elementos na economia brasileira.

A formação econômica foi marcada por uma série de processos e retrocessos que moldaram a estrutura e o desenvolvimento atual de nossa economia. Os antecedentes que geraram essa infame dependência econômica remontam à colonização lusa, até a Era republicana com os famigerados acordos comerciais, seguidos pela exploração colonial, escravidão e extrativismo agrícola. É imperativo compreender esses elementos de modo a produzir uma crítica coerente, quanto as escolhas e seus impactos no desenvolvimento econômico brasileiro, que ocasionou um atraso na industrialização e, principalmente no capitalismo nacional.

Fazendo uma breve análise acerca da colonização, pode-se afirmar que esta foi financiada por concepções estatais pela Coroa lusitana, que tinha o intuito de explorar os recursos. Assim, o Brasil não teve liberdade comercial e econômica para se desenvolver, pois, este sofreu grande exploração econômica. Em virtude disso, toda economia colonial notadamente foi a exploração e usos de seus recursos naturais. Logo, a mineração ganhou relevância como atividade econômica após a sua descoberta. Contudo, todas as demais atividades contribuíram para desenvolver um mercado interno via transporte monçoeiros.

O trabalho escravo fora utilizado na economia colonial. Milhões de africanos foram trazidos à força para trabalhar nas atividades econômicas, gerando para seus senhores de fazendas um acúmulo de capital, mas para todos nós um gigantesco impacto que ocasionou nos dias atuais, uma gritante desigualdade social e racial. Nesse contexto, o Brasil esteve inserido no sistema mercantilista-colonialista, pois Portugal exercia o controle absoluto sobre a economia colonial. Já, no século XIX, com a Independência do Brasil, criou-se uma expectativa de maior autonomia econômica e desenvolvimento; e posteriormente, buscavam fortalecer o seu mercado interno com a política de substituição de importações, para estimular a produção interna de bens manufaturados, adotando políticas para a redução de produtos importado.

Essa política foi insuficiente para impulsionar o desenvolvimento industrial de forma sustentável. Com a República trouxe transformações na economia, como destaque para o setor do cafeeiro que se tornou o produto a ser exportado na época,  proporcionando relativo impacto econômico. Políticas econômicas foram adotadas com viés semelhante ao liberalismo comercial visando consolidar o mercado interno com produtividade a nível de exportação, por se tratar com esses objetivos acabará causando uma superprodução de café levando a economia nacional a grande depressão e forçando o Estado a intervir para amenizar seus efeitos negativos na economia.

Enormes eram desafios estruturais, falta de infraestrutura, a concentração de terras e riquezas em mãos de poucos, além da dependência do modelo agroexportador. O trabalho escravo foi abolido em 1888, porém, sua transição para o trabalho livre não foi acompanhada por investimentos em educação e capacitação dificultando implantação de uma planta industrial, resultando disso apenas mudanças na estrutura do mercado e na organização econômica.

Furtado (2015) ressaltou a relevância da transição da economia colonial para pós-colonial, ou seja, a ruptura entre as estruturas econômicas que deixaram de atender interesses da metrópole, como o envio de riquezas e a dependência econômica, afim de promover o desenvolvimento interno, industrialização, diversificação da base produtiva e outros fatores. Defendia o fortalecimento do mercado interno, reconhecendo a importância do Século XIX, e seu expansionismo nas atividades econômicas.

Destacou, as desigualdades regionais e sociais, a responsabilidade do Estado em políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico brasileiro, enfrentando os desafios pela ausência de infraestrutura, baixo nível de educação e tecnologia defasada. O capitalismo tardio brasileiro pode ser atribuído a essa combinação de fatores históricos, estruturais, políticos e sociais que levaram a formação econômica brasileira a um processo complexo diacrônico.

Furtado pensou numa formação econômica que procurasse superar os problemas de dependência e subdesenvolvimento, na qual caberia ao Estado o agente a coordenar e promover investimentos em infraestrutura e regular os mercados, além de incentivar o crescimento econômico regional, estimulando a desconcentração industrial numa só região e sim, semear indústrias por todo o território nacional e, proporcionando uma justiça social.

E, por fim, esse mesmo Estado tem o dever de inclusão social, ou seja, garantir o acesso a serviços básicos e a valorização do trabalho que resulte na redução da pobreza e das desigualdades sociais. Para impulsionar o capitalismo nacional, se faz necessário a diversificação produtiva, investir em qualificação e capacitação profissional, estimular a inovação e o empreendedorismo nacional, como fortalecer as instituições, no combate a corrupção e coerência na aplicação das leis garantindo maior segurança para investidores e empresas, visando atrair investimentos nacionais e estrangeiros.

(*) Ney Iared Reynaldo, doutor em História da América e docente Associado nos Curso de Graduação em Ciências Econômicas/FACAP/UFR e; Curso de Graduação em História/ICHS/UFR. e-mail: [email protected]

(*) Anderson Silva Dairel, discente do Curso de Graduação em Ciências Econômicas/FACAP/UFR. e-mail: [email protected]

 

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