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Ao sabor do olhar atento para o horizonte utópico

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(*) Ademar de Carvalho

Frente aos dilemas que a realidade do mundo multifacetado apresenta, com crescente fragilização das relações sociais e descrédito em relação ao futuro, ganha fôlego a narrativa política da brutalidade social, associada a mentalidade destruidora do fundamento basilar da democracia.

O vácuo da despolitização da massa, destaca um horizonte de família e religiosidade que figura no reflexo do retrovisor, a luz do obscurantismo político que resulta na manipulação que leva a opressão, exploração e subjugação da população. Pensando pelo ângulo dialético da contradição, compreendo que no momento político, o horizonte é o para-brisa que aponta para o mundo real, que tem urgência de ser desnudado e construído, sob o olhar de outra perspectiva política que conduz a emancipação da sociedade pautada na ética, justiça social e respeito as diferenças. O que se busca é um projeto e práxis política comprometida com a superação da mentalidade racista, destruidora da vida e injustiça geradora da desigualdade social.

A questão real é que o horizonte político instituído na gestão da nação, tem mostrado que a cultura política aliada ao sinal invertido está conduzindo a geração ao colapso social. O fato real é que a população fica mais pobre sob o comando do governo vigente, mas a juventude e os pobres são vítimas diretas do modelo político e econômico-social instituído pelo poder desalmado. Fez-se opção política pela redução de investimento público na educação, saúde e políticas sociais, travou a bolsa família para justificar o auxílio eleitoral.

É importante construir uma compreensão que desvela a ideia da cilada da meritocracia do neoliberalismo, enquanto instrumento da produção do fracasso de um grupo social, configurando a porta de abertura para a aglutinação da nova direita em torno da política conservadora e seguidora da mentalidade religiosa capturada ao horizonte do cristofascismo. Nesse extrato, figura uma parcela da “baixa alta classe média” que luta de forma desesperadora para manutenção da hegemonia política e cultural.

Hoje, amanhã e sempre, faz-se necessário uma educação para justiça social, capaz de formação da consciência crítica que questiona o individualismo e a desigualdade social, uma Educação libertadora que resgate o aprendizado que forma o cidadão para o exercício da cidadania politizada.

O movimento democrático popular envolvido no processo de resgate da dignidade humana, compreende que a luta pela democracia é inseparável da educação popular. A práxis política, por outro mundo possível, tem um olhar atento ao horizonte utópico e a realidade dos movimentos sociais. Nesse contexto, compreende-se que a escolha política, também partidária, está articulada a qualificação que orienta o compromisso de fé e a sua implicação recíproca à luta local que impulsiona a vontade de transformar o mundo.

No espaço do movimento social, o sujeito tem um papel relevante. A utopia é um instrumento necessário para implementação de um projeto político libertador. Nessa perspectiva, entende-se que a educação humana é um projeto inacabado, requer um olhar atento que não se dissocia da aposta na vida.

A educação humanista, na atualidade torna-se real e imprescindível, porque no mundo, o humano vive num estágio permanente de mudança de estrutura, relação e mentalidade. A educação política desejada, não se faz neutra, é inseparável da curiosidade epistemológica que alimenta a reflexão crítica sobre os seus pressupostos, finalidade social e prática cotidiana.

No contexto da contradição política, entre a utopia e a realidade, exige um olhar atento para que no momento da escolha da direção a seguir, não sejam deixadas ilesas as injustiças sociais.

(*) Ademar de Lima Carvalho é professor doutor na UFR.

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