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Rondonópolis
, 14 maio 2024
 
 

Senhor presidente da China, por favor, liberte o geógrafo Tashpolat Tiyip

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(*) Fabio Angeoletto

No último mês de setembro, a organização não governamental Anistia Internacional lançou uma campanha alertando sobre a execução iminente do professor Tashpolat Tiyip, um geógrafo brilhante, que foi encarcerado pelo governo chinês em 2017. A Anistia Internacional vem mobilizando pessoas de todos os continentes, para que escrevam cartas ao presidente da China, Xi Jinping, solicitando o cancelamento da execução do professor Tashpolat, e sua imediata liberação. Várias associações científicas estão repercutindo a campanha da Anistia Internacional. A Associação dos Geógrafos Americanos escreveu ao presidente Jinping, em nome dos seus milhares de associados, pedindo pela vida e pela liberdade do geógrafo chinês.

De acordo com a prestigiosa revista acadêmica “Science”, ninguém fora do governo chinês sabe onde está Tashpolat Tiyip. Ninguém sabe exatamente quais acusações foram feitas contra ele. Tiyp foi preso em abril de 2017, quando se preparava para viajar de Pequim a Berlim para uma conferência científica. Seis meses depois, surgiu um vídeo de propaganda chinesa dizendo que Tiyip era um dos 88 intelectuais que “envenenaram profundamente as mentes” dos estudantes ao aprovar livros didáticos com conteúdos sobre a etnia uigur – o grupo étnico que representa cerca de metade dos 24 milhões de habitantes da província de Xinjiang.

Os uigures, segundo a Anistia Internacional, são uma minoria étnica principalmente muçulmana, concentrada na Região Autônoma Uigur do Xinjiang, na China. Desde os anos 80, os uigures têm sido alvo de violações sistemáticas e extensas dos direitos humanos. Isso inclui detenções e prisões arbitrárias, restrições à liberdade religiosa, além de violações de direitos culturais e sociais. As políticas do governo chinês limitam o uso da língua uigur e incentivam o um fluxo constante de migrantes à região. Tashpolat Tiyip é uigur.

Eu escrevi uma carta ao presidente Xi Jinping, em inglês, e a enviei como correspondência registrada, seguindo o modelo da Anistia Internacional. Transcrevo a missiva nesse artigo, e convido os leitores a também pedirem ao presidente chinês pela vida do professor Tiyip. As cartas podem ser enviadas ao presidente, ou ao seu embaixador em Brasília, em inglês ou português.

Caro Presidente Xi Jinping.

Peço respeitosamente sua intervenção urgente para interromper a execução do Dr. Tashpolat Tiyip . Dr. Tiyip era o reitor da Universidade de Xinjiang e professor de geografia quando foi detido em 2017. Ele está encarcerado desde então e seu paradeiro permanece desconhecido. Ele foi condenado por “separatismo” em procedimentos secretos e grosseiramente injustos.

A prisão do Dr. Tiyip representa um fato preocupante para qualquer pessoa preocupada com a liberdade intelectual e científica, que deve ser autorizada a florescer em qualquer sociedade, pois serve ao crescimento e ao bem-estar de toda a humanidade. Condenado à pena de morte, o Dr. Tiyip está na iminência de ser executado.

Eu solicito ao senhor presidente que:

· Interrompa imediatamente os planos de execução do Dr. Tashpolat Tiyip;

· Liberte o Dr. Tashpolat Tiyip incondicionalmente, a menos que haja evidência crível e admissível de que ele cometeu um crime reconhecido internacionalmente e que tenha recebido um julgamento justo, de acordo com os padrões internacionais.

Assinado, Dr. Fabio Angeoletto

(*) Fabio Angeoletto é professor do Mestrado em Geografia da UFMT, campus de Rondonópolis

 

 

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