(*) Francisco Assis
Vai amanhecer
Tenho que ir trabalhar
Para sobreviver.
Nada muda minha rotina
Somente as férias de dezembro
Quando irei buscar a menina.
Sinto essa casa tão grande
Chega a sobrar espaço
Parece sinceramente que expande.
Já comprei meu pão de queijo
Fiz meu chá de canela
E no retrato dela dei um beijo.
Recomendei estopim
Para ficar atento nos quatro cantos
Vigiando a casa pra mim.
Não vai ser possível vir almoçar
Só à noite retornarei
Não quero me decepcionar.
Sua ração está no prato
Para almoço e jantar
Dá mesma forma fiz para o gato.
Juntei todas as roupas usadas
Pus na máquina para bater
E bem depois serão passadas.
No dia que ganhar folga na empresa
Farei todas as tarefas de casa
Com exatidão e presteza.
Assim tem sido minha vida diária
E agradeço ao Pai por isso
Mas a solidão é adversária.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – email:
[email protected]