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, 19 maio 2024
 
 

Rotariano

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(*) by Jerry Mill

Dito de forma óbvia, direta e banal, rotariano é quem faz parte do quadro social de um Rotary Club, seja na condição de associado representativo ou associado honorário. Simples, assim. Nas sábias palavras do nosso fundador, Paul Percy Harris (1868-1947): “Cada rotariano é um elo entre o idealismo do Rotary e seu negócio ou profissão”.

Quem não conhece a rotina de um Rotary Club, porém, tende a ver um rotariano como o estereótipo de uma pessoa incomum (bonita, rica e ‘inteligente’), capaz de gestos inimagináveis de esforço e de bondade em benefício dos seus semelhantes e desconhecidos, ou, no outro extremo, um certo alguém de atitudes pouco lisonjeiras, que quase sempre giram em torno da gula, da vaidade e do sedentarismo. Bem, ambas as formas de pensar podem estar certas ou erradas. Explico.

Quem frequenta um clube de Rotary com certa assiduidade não tem dúvida de que é uma enorme perda de tempo e de neurônios tentar padronizar o perfil perfeito ou ideal do rotariano, afinal ele é, no topo das suas características, um ser humano – com o máximo ou o mínimo de defeitos e de qualidades que se possa imaginar. E eu, particularmente, trago comigo a certeza de que existe um significado distinto, mutante e inacabado para cada um de nós, rotarianos ou não, quando somos convidados a definir essa honraria transmutada numa singela palavra de sonoridade tão bela e tamanha importância histórica.

Vamos aos fatos: primeira, e estatutariamente, para ingressar no seleto grupo de associados representativos ou honorários de um Rotary Club, é preciso ter o nome indicado e aprovado para, só então, estar apto a frequentar oficialmente as reuniões semanais da entidade, com o intuito de entender como ela funciona e de que forma o possível novo membro pode contribuir de maneira decisiva e efetiva com as atividades internas e externas da nossa agremiação. Mais tarde, depois de devidamente empossado, é preciso se aprofundar nas inúmeras possibilidades de fazer o bem sem olhar a quem através do ideal de dar de si antes de pensar em si, frequentando o clube com assiduidade, comportando-se adequadamente dentro e fora da sede da instituição, mantendo em dia os seus compromissos financeiros com a agremiação e assumindo posições de liderança quando convocado, bem como se esforçando para não se esquecer (nunca, jamais!) da sua assumida condição de voluntário.

Que me perdoem os meus caros companheiros de todo e qualquer clube da nossa cidade e região, mas talvez o senão esteja justamente aqui: nem todo (novo ou antigo) membro dos nossos clubes de Rotary tem se empenhado a contento para conhecer e participar adequadamente da nossa agremiação, não conseguindo se expressar em forma de ideias e ações o seu grau de dedicação e carinho/amor por ele, mostrando-se incapaz de colocar de lado interesses pessoais ou alheios que possam prejudicar ou macular a sua própria imagem e, por extensão, a do seu clube.

Não é por outro motivo que, portanto, regra geral, podemos dizer que todo rotariano, em maior ou menor grau, é um idealista, pois ele tem a consciência de que pode fazer uso da sua capacidade pessoal e profissional em benefício dos seus companheiros e daquelas pessoas que, direta ou indiretamente, precisam do seu companheirismo, empenho e talento. Em tese, ele é capaz de fazer valer a oportunidade de renovar, a cada mês de julho (quando tem início mais um ano rotário, que finda no mês de junho do ano seguinte), uma vida mais consciente, plena e feliz decorrente de ações/demonstrações interativas ou individuais/coletivas de amizade, respeito, consideração e confiança por aqueles que o cercam ou dele precisam. Mas isso nem sempre acontece.

Assim sendo, na vida real, apesar da existência dos falastrões, dos indiferentes e dos acomodados que surgem aqui e ali no nosso meio, dos erros e acertos ocorridos, das lisonjas e das críticas recebidas, é preciso manter o foco e, mais do que isso, frescas na nossa mente as sapientes palavras do fundador do Rotary, Paul Percy Harris: “Rotarianos são mais propensos à ação que às palavras”.

E euzinho aqui, admirador incondicional que sou daqueles bons companheiros que se foram (e nos deixaram um legado inestimável) e crente na capacidade e sagacidade dos companheiros que ainda estão por vir (pois eles muito podem, se acreditarem e ‘colocarem as mãos na massa’), tenho e mantenho a certeza de que (apesar dos pesares e dos reveses) vale muito a pena ser rotariano!

 

(*) Jerry Mill é Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras), associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis e autor da biografia Lamartine da Nóbrega – Uma História Como Nenhuma Outra

 

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