(*) Francisco Assis
Caíam lágrimas silenciosas
Pus-me a imaginar que fosse dos anjos
Céu cinzento
Elas passavam por mim
Numa corrente de vento.
Não havia ninguém
Naquele lugar
Por que chorar?
Seria Gabriel ou Arcanjo?
Poderia ser doutro também.
As lágrimas eram muito claras
Bem leve
Parecia neve
Partículas raras.
Perdia-se no tempo
Algo do imaginário
No campo do ego
Centro geodésico
Mundo planetário.
Deixem chorar
São anjos puros
Difícil de identificar
Até posso imaginar
Pelo lacrimar.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – email
[email protected]