Acordei fora de hora
Vi a mulher arrumando a mala
Um taxista na sala
Perguntei se ia embora.
Mas ela nem me respondeu
Fiquei sem entender absolutamente nada
Fui acordar a empregada
Pois lá fora estava um breu.
Talvez pudesse me ajudar
Explicar o que acontecia
E por malvadeza ou covardia
Também preferiu se calar.
Sem opção naquele momento
Resolvi indagar ao motorista
E ele ficou sorrindo com as vistas
Fiquei com muita raiva por dentro.
Seus pertences ali na sala
Ela de cabelos molhados
Com seu perfume idolatrado
Que rapidamente se espalha.
Não esperei o nascer do dia
Naquela tristeza desenfreada
Acordei minha empregada
E pedi que me fizesse companhia.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – email:
[email protected]