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Rondonópolis
, 20 maio 2024
 
 

Tão difícil assim?

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Se realizássemos uma enquete em que as pessoas alistassem as disciplinas escolares que mais pânico causam, sem sombra de dúvidas, as que ocupariam as primeiras colocações seriam Matemática, Química, Português, Física e Redação, o pavor da maioria dos vestibulandos (não necessariamente nessa ordem). Por que a Redação, em particular, causa tanto pânico? Escrever bem é uma ação tão difícil assim?
São horas e horas de árduo esforço na tentativa de produzir um texto a pedido do professor da disciplina. Rascunhos. Cestos de lixo cheios de papéis amassados. Quando finalmente o trabalho é entregue, fica a sensação de que o discurso não foi tão bom quanto deveria. No dia seguinte, quando você relê o rascunho (se é que tem coragem de fazê-lo), encontra uma avalancha de erros, desde os ortográficos aos de interpretação, coerência…porém, tarde demais. O seu desespero, a sua inabilidade com o idioma já foram notados…
Não é novidade a dificuldade com o idioma, mas tal nunca foi tão notada e apreciada. Na vida pessoal, dominar o padrão culto da língua está relacionado a projetos de vida bem sucedidos e, na profissional, pode fazer a diferença entre o emprego e o desemprego. Se comumente o indivíduo que se expressa ou escreve mal é visto com ressalvas, profissionalmente as ressalvas multiplicam-se, com um agravante: a competência profissional também passa a ser questionada. Além do mais, a sua maneira de se comunicar, seja oral ou por escrito, revela a sua personalidade, sua postura diante da vida, além de, é claro, o seu grau de instrução.
Em tempos globalizados, o conhecimento de um terceiro idioma (o inglês já é pressuposto) passou a ser necessidade. Contudo, expressar corretamente a sua própria língua, de acordo com o padrão culto dessa, está além de necessidade: é um diferencial. Prova disso é que nas avaliações dos vestibulares ou mesmo em concursos, a prova de língua portuguesa (e, às vezes, com a temida redação) é eliminatória e critério utilizado na classificação. Infelizmente, porém, a realidade é que a grande maioria dos brasileiros sente gigantesca dificuldade em dominar a língua mãe.
Você pode argumentar que até aí não há nenhuma novidade. Que seja assim. E então, o que fazer para escrever bem?
Um bom texto hoje vai além daquele impecável quanto à ortografia, concordância, regência. Na era da agilidade e da informação, um bom texto deve ser claro, objetivo, conciso, coeso. Impossível? Não. Com dedicação, estudo e alguns hábitos você pode melhorar a cada dia.
Pretendemos dividir algum conhecimento que temos com aqueles angustiados na busca de expressar-se bem. Seguirão, então, periodicamente, textos escritos por nossos alunos sobre diversificados temas.
Por enquanto fica a dica: a maestria de Clarisse Lispector, a argumentação de Padre Vieira, a contundência de João Cabral de Mello Neto só são alcançadas com treino. E muito treino.

(*) Eliézer Polinati Silva é especialista em Língua Portuguesa e professora do Instituto Federal de Mato Grosso campus Rondonópolis

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