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Maglev

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Vicente Vuolo - 15-03-14

A ferrovia continua empolgando o mundo, apresentando trens de última geração com altíssima velocidade, sendo cada vez mais utilizada por milhões de pessoas nos países desenvolvidos. Para esses cidadãos que convivem com a modernidade e com a constante procura de melhoria da qualidade vida, o avião já não é a única alternativa de transporte mais rápido de locomoção que existe.
O governo japonês, por exemplo, não vê limite para investir na melhoria cada vez maior no conforto, rapidez e segurança dos trens de passageiros. A última novidade aconteceu esta semana, em relação ao novo trem de levitação magnética “Maglev” (Magnetic Levitation Transport) que bateu o recorde mundial de velocidade ao atingir 603 km por hora.
Trata-se de um sistema que funciona por meio de levitação magnética que usa motores lineares instalados perto dos trilhos. O campo magnético gerado faz com que o trem seja elevado até 10 centímetros acima da ferrovia e também o impulsiona, eliminando o contato e fazendo com que a única forma de atrito seja o ar.
Vejam só como naquele país a ferrovia é prioridade: o trajeto de 286 quilômetros entre a estação de Shinagawa, ao sul de Tóquio, e a cidade de Nagóia, no centro do Japão (pouco mais do que a distância entre Cuiabá-Rondonópolis) é feito pelo trem-bala em 88 minutos.
Não satisfeitos com a demora, os japoneses pretendem reduzir para 40 minutos com o “Maglev”. E não pensem que os nipônicos querem parar por aí. Existem projetos para linhas de Maglev que chegariam aos 650 km/h. Até agora, só a China possuía uma única linha comercial, o Transrapid de Xangai. Essa linha faz o percurso de 30 km até o aeroporto Internacional de Pudong em apenas 8 minutos. No Brasil, estamos muito distante de possuirmos um sistema de transporte nesse nível. Apesar da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia) e da Escola Politécnica através da Lasup (Laboratório de Aplicações de Supercondutores) terem desenvolvido um trem de levitação, o Maglev Cobra.
O trem brasileiro flutua sobre os trilhos, tendo atrito apenas com o ar durante seu deslocamento. O Maglev Cobra se baseia em levitação, movendo-se sem atrito com o solo através de um motor linear de primário curto.
O veículo foi concebido para revolucionar o transporte coletivo através de alta tecnologia, de forma não poluente, energicamente eficiente e custo acessível para as grandes cidades brasileiras. O problema é que no Brasil as políticas de transporte não apontam para a adoção dessas tecnologias, pelo menos para o futuro próximo.
É fundamental que se reverta isso. Precisamos investir mais em pesquisa, tanto básica quanto aplicada. Incentivar a adoção de novas tecnologias de transporte. E colocar em prática esses conhecimentos. Estamos vendo, mundo afora, que existem tecnologias aplicadas e orientadas à garantia de transporte de massa de qualidade. Qual será a explicação para não adotá-las no Brasil? Financeira ou orçamentária? Não pode ser.
O Brasil é um país que tem mecanismos de financiamento bastante sofisticados. Temos um dos maiores bancos de fomento ao desenvolvimento, o BNDES. Temos um sistema financeiro público e privado dos mais modernos e desenvolvidos do mundo. O orçamento da União, que foi publicado no Diário Oficial, envolve gastos de 1,2 trilhão de reais.
Enfim, meios financeiros e institucionais existem. Falta vontade política, falta à sociedade colocar este como um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento do país e como eixo da solução da crise de mobilidade.

(*) VICENTE VUOLO é economista, cientista político e analista legislativo do Senado Federal – [email protected]

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1 COMENTÁRIO

  1. Infelizmente o governo desinveste na educação, algo que em qualquer país de primeiro mundo é prioridade. Sem educação não se constrói um país.

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