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, 19 maio 2024
 
 

A corrupção no Brasil também é bancada por nós

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Sandra raquel - associacao de mulheres - 07-03-15

Estamos novamente em meio a um turbilhão de escândalos públicos – veja o maior de todos, Petrobras -, o que tem sido uma situação constante desde a época em que éramos uma simples colônia. Como diz o adágio popular, vivemos na “casa da mãe Joana”.
No entanto, a questão da corrupção no Brasil é muito mais profunda. Acredito que apenas uma pequena parte dos casos seja descoberta e venha a público.
Imagino que grande parcela fique escondida nas entranhas públicas. Temos a corrupção política, a corrupção de servidores e de cidadãos desonestos. A corrupção sempre tem dois lados, um corrompendo e outro sendo corrompido.
É nítido que a máquina pública está comprometida. Desde criança escutamos falar sobre a tal da corrupção, agora vemos, todo dia, ao vivo e a cores nas TVs e nos jornais.
Na esfera política, houve e há muito apadrinhamento para se obter a dita governabilidade. Não importa os interesses da sociedade, desde que os interesses pessoais e partidários sejam atendidos, com isso vem a briga pela distribuição de cargos públicos, comissionamentos e outras benesses. Isto ocorre em todos os níveis de governo (municipal, estadual e federal), afinal é preciso acomodar todos os camaradas.
No âmbito administrativo, temos um carnaval de queixas, denúncias e escândalos. Somente para citar alguns exemplos: a indústria de multas de trânsito em diversas cidades, desvio de verbas através de falsas ONGs, fiscais corruptos, licitações fraudulentas, entre tantas outras situações que podem preencher este artigo.
Se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que inconscientemente, somos nós que financiamos toda essa corrupção. Os corruptos visam o dinheiro público, que em última análise é o seu dinheiro e o meu dinheiro, que disponibilizamos para a manutenção da sociedade.
Na medida em que os recursos destinados a financiar hospitais, escolas, saneamento básico e outras necessidades primárias são desviados, debaixo de nossos narizes, e não tomamos qualquer atitude, também temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão.
Todo mês, a arrecadação tributária bate recordes, o governo encosta os contribuintes na parede e suga a maior parcela dos seus recursos e tudo isso para quê? Para vermos que o nosso dinheiro está sendo desviado, utilizado para manter um gigantesco cabide de empregos, manter o inchaço da máquina pública ou aplicado em obras fúteis, enfim, uma grande parcela escoando pelo ralo.
A cada dois reais desviados ou desperdiçados é um litro de leite que está sendo tirado das crianças esfomeadas deste país!
Ao longo dos anos, fomos vencidos pelo cansaço, nos tornamos um povo apático a tudo isto. Somos pacíficos, mas não precisamos ser omissos. Em outros países, por questões muito menores, o povo sai às ruas protestando e cobrando os seus direitos. Temos que limpar a administração dos maus políticos e servidores públicos que mancham nossa imagem, afinal carregamos a pecha de sermos uma sociedade corrupta.
Falta-nos esse poder de mobilização e indignação, afinal quem manda neste país é o povo brasileiro, sua vontade é soberana e cabe aos ocupantes dos cargos públicos nos representar e, sobretudo, nos respeitar.
A situação pode, sim, ser mudada. Desde que você e eu nos manifestemos abertamente, pois nossa manifestação, quando multiplicada, gerará a necessária mudança da opinião pública sobre o assunto.
Sinta-se à vontade para utilizar ou compartilhar este artigo com seus amigos e colegas, e peça-os para manifestarem também em blogs, twitters e outros meios, enviando cópia para deputados, senadores e outras autoridades.
Na verdade o “Povo” tem que tomar “vergonha na cara” e dar um basta em tanta corrupção e aprender a votar certo e principalmente em políticos “ficha limpa”.

(*) Sandra Raquel Mendes é presidente da Associação de Mulheres de Rondonópolis e Região Sul do MT

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2 COMENTÁRIOS

  1. O Brasil é um país sem lei e sem justiça, concordo que à culpa seja nossa, pais votamos sempre nos mesmos, acreditando na remota possibilidade que eles mudem e trabalhem com honestidade.
    Mas esta na hora de reavaliarmos e começar a deixar de ser idiotas e votar em nomes novos, dar oportunidade para outros e quem sabe aos poucos consigamos mudar está política tão suja.
    Sandra sugiro que você crie um espaço no jornal com informações e dicas para as mulheres, você pode ajudar e muito com sua experiência.
    Ótimo artigo e parabéns pela coragem.

  2. Por que um empresário paga propina para um político? Por que paga para servidores públicos? Esta é a pergunta simples que as pessoas que tanto falam sobre a corrupção não se fazem. Paga porque não quer concorrer com outros empresários em igualdade de condições. Paga para ter o privilégio da vitória assegurada. Paga para ter abatimento privilegiado de impostos, vide o caso da CARF, com cerca de apenas 70 processos perfazendo mais de R$ 19 bilhões, enquanto o caso da Lavajato chega a R$ 6,5 bilhões, como o Balanço da Petrobrás. Vejam o caso do Itaú, que tem um processo contra ele de R$ 18 bilhões de sonegação. Mas, tais empresários, com raríssimas exceções, não sofrem execração pública da imprensa. Por que será? Será que a imprensa também está corrompida e só ataca aqueles que a querem submeter a uma regra universal de vida em sociedade, sem privilégios? A corrupção existe, é um problema grave, precisa ser combatida, mas, é necessário que se diga, a sua origem está nas condições desiguais da sociedade. É para manter a desigualdade que os empresários pagam políticos, servidores públicos, juízes e imprensa. É para usufruir de condições privilegiadas que pagam corrupção. A corrupção é um sintoma da doença desigualdade. Enquanto as pessoas não compreenderem que esta é a doença a ser atacada, vão enxugar gelo. Por que microempresário não paga corrupção? Pela simples razão de não que não dispõe de capital acumulado para isso e por isso se subordina ao tratamento igual imposto pela lei. Mas o grande empresário, este nunca sentiu-se igual aos demais: sempre teve o melhor e não quer perder a condição de privilégio de toda a sua vida. Então, ele paga corrupção, para reproduzir a condição preferencial que sempre teve. Quem combate as desigualdades, por consequência, combate a corrupção, em sua origem, e, como castigo, sofrerá nas mãos dos empresários corruptos e da sua mídia serviçal. O mal a combater é a super acumulação de riquezas nas mãos de poucos. No Japão, as heranças de pai para filho são tributadas, sabe a que taxa? 50%. Ou seja, metade da riqueza que um pai quer transmitir ao filho na forma de herança é recolhida pelo Estado na forma de imposto e vai se tornar riqueza de toda a sociedade. Jà imagina se algo desse tipo for pensado no Brasil? Mas, o Japão não é um país desenvolvido? E pensa que nos Estados Unidos é diferente? Por que os ricos americanos financiam Universidades, instituições sociais, centros de pesquisa? Porque se tentarem transferir isso para suas gerações futuras na forma de herança, perderão muito mais dinheiro do que se aplicarem nestas ações e projetos sociais. Mas, no Brasil, questionam o Bolsa Família. Tentaram até ação de inconstitucionalidade contra o Prouni. Imagine taxas as grandes fortunas, aumentar os impostos sobre heranças, cobrar impostos de iates e aviões particulares. Inaceitável, dizem. Então, continuemos falando mal do sintoma da corrupção, sem prestar atenção no problema real da doença, a desigualdade.

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