Dito de modo simples, a Fundação Rotária (FR) é o braço financeiro e beneficente do Rotary Internacional (RI). Dito de outra forma, a FR é uma organização sem fins lucrativos de caráter filantrópico, humanitário e educacional que procura viabilizar iniciativas e projetos por todas as comunidades em que há um Rotary Club (RC), tendo como prioridade global a campanha contra a poliomielite. Mas quem disse que as coisas são tão simples assim, não é mesmo? É como diz um provérbio sul-coreano, segundo o qual só “depois da dificuldade vem a felicidade”…
Conta a história que a Fundação Rotária começou de uma maneira bastante modesta. A ideia surgiu em 1917, durante a Convenção de Atlanta, quando o então sexto presidente do RI, Mr. Arch G. Klumph, sugeriu que fossem feitas doações para fomentar o bem no mundo. Embora a resposta ao apelo tenha sido positiva, as doações demoraram muito a aparecer. Em 1918, o RC de Kansas City, estado do Missouri, EUA, fez o primeiro depósito na conta do então chamado Fundo de Dotações do Rotary (Endowment Fund, em inglês), e daí em diante tímidas doações advindas de diversas fontes foram feitas gradativamente. Seis anos depois, porém, o total do Fundo sequer chegava a mil dólares!
Dez anos depois, na Convenção de Minneapolis, a FR foi oficialmente constituída, e doações mais frequentes e generosas passaram a ser feitas, totalizando milhares de dólares. Em 1937, foi estabelecida a meta de arrecadar dois milhões de dólares para a Fundação Rotária, mas o plano foi abandonado com o início da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, com a morte de Paul Percy Harris, doações das mais diversas formas e fontes foram feitas à FR, em honra à memória do fundador do Rotary Club. Em 1954, as doações totalizaram 500 mil dólares e, em 1965, atingiu um milhão de dólares. Tempos depois, no ano rotário 2004-05, foram conseguidos incríveis 118 milhões de dólares!
A partir dos valores que arrecada e investe, a FR tem conseguido manter o seu objetivo de fomentar “a compreensão e as relações amigáveis entre os povos de diferentes nações”, cumprindo a sua missão de capacitar os rotarianos e voluntários para que possam promover a boa vontade, a paz e compreensão mundial por meio de apoio a iniciativas de melhoria da saúde, da educação e do combate à pobreza. Para tanto, a FR patrocina atividades humanitárias (projetos comunitários e iniciativas globais), lidera campanhas mundiais para erradicar a pólio e promover a paz, além de ofertar subsídios que ajudam a enfrentar desafios como a pobreza, o analfabetismo e a subnutrição com soluções sustentáveis de impacto duradouro. Tudo isso graças às doações de rotarianos e amigos do Rotary, como o casal Bill e Melinda Gates.
As contribuições recebidas pela FR são creditadas em três fundos: Fundo Anual para Programas, Fundo Permanente e Fundo Pólio Plus. Dentre as várias formas de fazer contribuições voluntárias, e dão direito a títulos e reconhecimento, estão a de Contribuinte Especial (qualquer pessoa que contribua com 100 dólares) e de Companheiro Paul Harris (para contribuições de 1 000 dólares rotários). Quem decide fazer contribuições múltiplas recebe distintivos com safira, rubis ou Major Donor (Doador Extraordinário), sempre dependendo do valor que foi doado. Para você ter uma ideia da seriedade do trabalho realizado com os valores arrecadados (e investidos), em 2013, a FR recebeu quatro estrelas (a classificação mais alta) do Charity Navigator, o maior e mais prestigiado avaliador independente de organizações sem fins lucrativos dos Estados Unidos.
O Conselho de Curadores da Fundação Rotária é formado por 15 membros, geralmente pessoas de países distintos, o que ressalta a representatividade (e credibilidade) tanto do Rotary Internacional quanto da Fundação Rotária. Três deles assumiram o cargo no dia 1º de julho de 2013: Kalyan Benerjee (da Índia), Monty J. Audenart (do Canadá) e Noel A. Bajat (dos EUA). Fato importante: o mandato dos curadores, aprovados pelo Conselho Diretor e nomeados pelo presidente da FR, é de quatro anos. Como de costume, novos curadores devem assumir seus postos em julho deste ano, para então estar a serviço da FR na sua sede, no One Rotary Center, em Evanston, Illinois, EUA.
No Brasil, temos a Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF), criada em dezembro de 2003, com atividades voltadas a projetos comunitários, humanitários, ambientais e educacionais graças às contribuições diretas, esporádicas ou mensais, de pessoas jurídicas (empresas) ou dos programas Empresa Cidadã e Seguro Solidário, que recebem (ou seus indicados) selos, certificados ou diplomas de reconhecimento, de acordo com os critérios adotados, ou (dependendo do montante doado) título de Companheiro Paul Harris e cristal de Major Donor. A ABTRF é, portanto, e por assim dizer, a versão brasileira da Fundação Rotária.
Por fim, é preciso ressaltar que novembro é considerado o mês da Fundação Rotária, e também que 2017 será o ano do seu centenário. Em todos esses anos, o seu objetivo sempre foi primordialmente fazer o bem ao mundo. Eu, particularmente, já fiz as minhas doações à Fundação Rotária por acreditar no seu propósito e nos seus projetos. Sua existência coloca diante dos nossos olhos a verdade nua e crua de que muito já foi feito, mas ainda há muito mais por fazer. Por isso, faça como eu e muitas outras pessoas, rotarianas ou não: doe e ajude a mudar vidas com o Rotary. Faça a sua doação para a Fundação Rotária hoje mesmo, pois ainda é tempo de viver Rotary e transformar vidas!
(*) Jerry Mill é mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras), associado representativo e oficial de intercâmbio do Rotary Club Rondonópolis (D4440)
