Sou sertanejo valente
E a minha fama se espalha
Tenho navalha no dente
Enfrento qualquer batalha.
Meu cavalo é bom de ginga
Livra de cipó e espinho
Muito ágil na caatinga
Nunca seguimos sozinho.
Nas vitórias eu faço festa
Desenvolvo o meu papel
Quebro o chapéu de couro na testa
Meu protetor mora no céu.
Quando a fome entra em ação
O trem aperta e fica feio
Isso é normal aqui no sertão
Num sertanejo sobre o arreio.
Mas não desisto desta rotina
Sou otimista não penso em erro
O dia nasce abre a cortina
Enquanto laço os meus bezerros.
A tristeza sempre aconselha
Quando uma vaquinha morre de sede
Nessa terra seca e vermelha
É qual quebrar a minha rede.
Não posso ir embora daqui
Abandonar o meu sertão
Aqui nasci e criei o guri
Sou fiel a este chão.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar. Email: [email protected]