Regra geral, o rotariano brasileiro é o profissional liberal, líder empresarial, acadêmico ou servidor público acima dos 30 anos que, uma vez convidado, aceitou fazer parte daquela que é uma das mais respeitadas e requisitadas instituições humanitárias em todo o mundo. Trata-se de uma pessoa que compreende a necessidade de compartilhar seu trabalho profissional e voluntário para a realização de campanhas e ações em benefício da coletividade. Sua atitude comportamental elogiável, sua dignidade evidente e seu esforço desmedido para viver Rotary e transformar vidas são características fundamentais e comuns para a consecução do ideal de dar de si antes de pensar em si. Este é o que podemos chamar de rotariano exemplar.
No seu convívio no clube, ele procura participar ao máximo das iniciativas do seu RC, se comporta adequadamente durante as reuniões semanais e se engaja nas interações que exigem sua atenção e participação. Para ele, a presença da família e dos amigos nos eventos do próprio Rotary ou do Rotaract, Interact e Rotakids, conforme o interesse e a faixa etária de cada um, é motivo de alegria e satisfação, pois estas organizações também propagam o conceito rotário de que merecemos e devemos lutar por um mundo melhor e mais justo.
Aos olhos da sociedade, os rotarianos são geralmente considerados pessoas caridosas, respeitadas e cuidadosas. É bom saber disso, mas é preciso ficar claro que cada rotariano sabe que quem realiza não é o indivíduo, mas a organização. Cada associado é peça útil e indispensável dentro da engrenagem da família rotária na consecução dos planos de curto, médio e longo prazo da entidade. Em outras palavras, cada Rotary Club não pertence (somente) aos rotarianos, pois ele existe para prestar serviços e assistência à comunidade em que está estrategicamente instalado.
É nessa perspectiva que todo e qualquer rotariano não pode se considerar melhor ou pior que os demais companheiros, afinal – independentemente do que cada um possui, acredita ou faz – cada associado ao RC ou RI carrega dentro de si, em maior ou menor grau, a chama do altruísmo e da solidariedade. Isso pode até parecer pouco, mas estas são ‘mercadorias’ cada vez mais difíceis de serem encontradas no mundo atual, em que o egoísmo e o consumismo suplantam facilmente a bondade e o humanismo.
Agora, de todos os rotarianos, há uma figura que representa esse ideal de pessoa exemplar, de líder respeitável e respeitado. Alguém cuja existência, conduta e caráter servem de inspiração para os demais rotarianos. Ele é, enfim, um mestre na arte da negociação e da conquista. Trata-se do Governador Distrital (GD), aquele rotariano com vasta experiência e atuação profissional, comunitária e rotária que, uma vez eleito e devidamente empossado, dedica-se por um ano à tarefa de liderar o Distrito com base no seu conhecimento sobre os programas do Rotary, seus objetivos, normas e metas.
Ele desempenha, portanto, uma função muito importante dentro do mundo rotário, sendo o único administrador da organização internacional em sua área geográfica. Para tanto, o Governador recebe intenso treinamento e passa a ser responsável por oferecer orientações aos clubes sob sua Governadoria, e pela manutenção da qualidade de serviços prestados pelos clubes do seu Distrito.
Rondonópolis, logicamente, já teve rotarianos locais na função de Governador Distrital. Foram eles Elmo dos Santos Bertinetti (1987-1988), Eduvaldo Marques da Silva (1997-1998) e Nelson Pereira Lopes (2009-2010), homens que nos enchem de orgulho por tudo o que já fizeram (e ainda fazem) pelo Rotary Club em todas as suas instâncias. Trabalho este que agora está sob a responsabilidade do advogado e contador José Eustáquio da Silva, natural de Tupaciguara (MG), que será o Governador do Distrito 4440 até a metade de 2014, quando então será sucedido pelo companheiro Carlos Antônio Garcete Ribeiro.
Todos esses homens são, cada um a seu modo e dentro das suas limitações, pessoas que serviram e/ou servem de exemplo para a geração atual (e futura) de como uma pitada de boa vontade, muito trabalho e zelo genuíno em prol do que o Rotary representa e faz em cada cidade, estado e país não apenas faz a diferença, mas efetivamente transforma vidas. A começar pela vida de quem tem o privilégio, a coragem e a sábia decisão de se tornar Governador Distrital.
(*) Jerry Mill é mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), Presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), Membro Representativo e Oficial de Intercâmbio do Rotary Club Rondonópolis
