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Afinal, qual o sentido da sua vida?

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Wilse Arena - escritora e professora universitaria - 13-08-13Às vezes nos dedicamos tão intensamente às tarefas diárias e aos problemas que elas acarretam que o tempo vai passando, passando, e, de repente, envelhecemos e nos damos conta que vivemos como máquinas. Vivemos por viver. Nossas diversões, inicialmente, tão “legais”, tornaram-se quase uma obrigação, sem graça, sem sentido. Nossa alegria agora é falsa. Mas meu Deus, se somos seres humanos, um ser que além de um mecanismo biológico que nos possibilita distinguir o bem do mal, precisamos e temos à nossa disposição um mecanismo cultural para tomar decisões, por que deixamos isso acontecer? Por quê?

A realidade nos mostra que a maioria vive como que robotizada pela necessidade de sobrevivência — que, diga-se de passagem, para alguns, é uma tarefa extremamente difícil — ou cega pela busca de riqueza/poder, que quando consegue nem sabe o que fazer com sua conquista. Tais pessoas, durante seus períodos de descanso (finais de semana ou férias mais prolongadas), se solteiro, engana-se saindo com os amigos e passando quase todo o tempo bêbado, gritando e barbarizando por aí, ou, então, fica escarrapachado no sofá assistindo televisão até chegar de novo a segunda feira; se casado, leva os filhos ao zoológico, ao parquinho, às vezes, à Igreja, mas, ele(a) mesmo(a) não está em nenhum desses lugares. Sua mente está confusa, vazia de sonhos, de planos, mas quando algo começa a se delinear, ele(a) logo desvia o pensamento, porque tem medo de pensar. Então, mesmo inconscientemente, fica torcendo para acabar o final de semana ou as férias para voltar à rotina do trabalho e começar tudo de novo.

Sabe por que isso acontece com milhares de pessoas? Porque não param para pensar sobre o sentido de suas vidas e, por um lado, não deixam de ter razão: pensar sobre o sentido da vida é muito problemático: implica mexer em “feridas profundas”, incita mudanças de atitude, e mudanças sempre acarretam transtornos, em todos os sentidos: materiais, psicológicos, espirituais. Enfim, tira a pessoa do comodismo, dá medo, insegurança, exige criatividade, coragem e perseverança.

Mas, por experiência própria eu garanto: aqueles quem ousam abrir esta porta: a do pensar, refletir, analisar, querer entender por que as coisas aconteceram desta ou daquela forma, por que suas vidas tomaram este ou aquele rumo, se é possível mudar o rumo de suas vidas, estes não se arrependem, uma vez que suas vidas passam a ter sentido e a pessoa deixa de ser um mero robô fazendo sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito, sem prazer, só por fazer, por costume, repetitivamente sem nem saber porquê.

Enfim, a pessoa que para pensar sobre o sentido da vida que leva, deixa de ser uma marionete de si mesma e se torna verdadeiramente humana. É como se, de repente descobrisse que a vida não tem um único sentido e que os humanos têm uma infinidade de maneiras de aproveitá-la, não precisa ficar aí repetindo sempre as mesmas ações e enganando a si mesmo que é feliz.

Lembram-se daquela música que a Vanusa cantava na década de 1960? “Hoje eu vou mudar, vasculhar minhas gavetas, jogar fora sentimentos e ressentimentos tolos…”, pois é… é por aí. Dói, mas nos faz sentir tão humanos! Embora a letra da música faça uma referência às mulheres, a mensagem serve para todos aqueles que se acomodaram e se esqueceram de viver em plenitude como a letra sugere.

Outras duas músicas inesquecíveis, que eu não poderia deixar de citar nesta oportunidade é “Meu amigo Pedro” ((…) Vai pro seu trabalho todo dia; Sem saber se é bom ou se é ruim; Quando quer chorar vai ao banheiro; Pedro as coisas não são bem assim(…)) e “Tente outra vez”, ambas do velho Raul Seixas, uma verdadeira alavanca para os “acomodados”, esta última, sobretudo, quando interpretada pela Sandra de Sá que canta com garra, como sempre, dá uma arrepio na gente, uma vontade, uma coragem na gente de começar tudo de novo, dar um novo sentido à nossa vida, um novo rumo, vencer! “(…) E não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez (…)”.

Esta é a reflexão que queria compartilhar com vocês nesta oportunidade, reavaliem criticamente o sentido que têm dado às suas vidas, tentem olhar a vida de um ponto de vista que transcenda o material, o visível, o palpável, busquem forças no Espírito Santo que, com certeza, ele há de lhes apontar caminhos para um sentido mais humano, mais divertido e mais encantado da vida, para que vocês possam desfrutar dela sem exageros e futilidades, mas com muito amor e carinho para compartilhar com seus semelhantes, independentemente de cor, credo, condição econômica, etnia, orientação sexual, entre outras diferenças que deveriam nos unir cada vez mais, porque a diversidade enriquece, e não o contrário.

(*) Wilse Arena da Costa – doutora em Educação: Psicologia da Educação – Professora Associada do Departamento de Educação/ICHS/CUR/UFMT (aposentada) e Escritora. Contato: [email protected]

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