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, 9 maio 2024
 
 

Inglês em Cuiabá

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“parodiando aquela famosa canção da dupla Gino & Geno, eu digo isso, e digo numa boa, há mais quereres do que fazeres na terra da Mãe Bonifácia e de Dom Aquino Correia”
“parodiando aquela famosa canção da dupla Gino & Geno, eu digo isso, e digo numa boa, há mais quereres do que fazeres na terra da Mãe Bonifácia e de Dom Aquino Correia”

Existe um conhecido provérbio em inglês que diz que ‘a grama do vizinho é sempre mais verde’ (ou the grass is always greener on the other side of the fence, no original), dando a entender que nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos, seguindo a tendência de desvalorizar o que é nosso e supervalorizar o que é dos outros. Imagino que você saiba exatamente do que eu estou falando…
Pois bem. Desde que eu comecei a ir mais assiduamente à capital do estado, tenho mudado bastante a minha visão quanto à realidade linguística que existe na Cidade Verde, bem diferente daquela que eu tinha antes de poder vivenciar a sua atmosfera nesses meses que antecedem a realização da chamada Copa do Pantanal. Sinceramente, imaginei um local enlouquecido pelas obras em andamento e pela euforia da população por aprender línguas estrangeiras, principalmente o inglês. Logo percebi que nem uma coisa e nem outra estava acontecendo como eu previa: as obras vão seguindo num ritmo muito lento e perturbador tanto para a população cuiabana quanto para os seus visitantes, e as escolas de idiomas não estão tão abarrotadas assim de alunos como eu supunha no início.
Os desvios requeridos pelas obras têm tirado a paciência e o sono de muitas pessoas em Cuiabá, na mesma proporção em que ‘ter de estudar inglês’ tem causado muito estresse a uma grande gama de profissionais que pretendem aprender o idioma bretão ‘na raça e na coragem’, no menor tempo possível – se é que isso é possível! Quer dizer, muita gente pretende aprender em um ano e meio o que geralmente não se aprende uma vida inteira. Jokers, I’d say!
Parodiando aquela famosa canção da dupla Gino & Geno, eu digo isso, e digo numa boa, há mais quereres do que fazeres na terra da Mãe Bonifácia e de Dom Aquino Correia. Há muitos profissionais da imprensa, um número incrível de funcionários públicos e autoridades que estão deixando para ‘depois’ o início do estudo sistematizado da língua inglesa, já que atualmente eles têm outras ‘prioridades’ na vida pessoal e profissional. Pelo menos é o que eu mais tenho ouvido nas ruas, empresas e repartições públicas a que tenho ido com considerável frequência, especialmente porque é minha intenção divulgar os meus livros já publicados e mormente a missão da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana): oferecer encontros linguísticos de qualidade por valores bem abaixo do mercado e com qualidade comprovada.
Agora não há como negar uma realidade evidente: é muito mais fácil e recorrente encontrar e poder interagir com estrangeiros em Cuiabá do que em nossa cidade. Independentemente de programas de intercâmbio, muitos desses ‘gringos’ estão vindo para o nosso país e para a nossa capital de olhos e ouvidos sintonizados com o roçar e o tilintar das verdinhas e moedinhas que devem circular por essas paragens antes, durante e (espero!) até mesmo depois da Copa. Por outro lado, muitos profissionais brasileiros, ligados ou não à Secopa (Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014), têm sido cada vez mais requisitados para fazer trabalhos que incluem serviços de tradutor e intérprete, além de já atuarem no nicho principal do mercado das escolas de idiomas: as aulas propriamente ditas – bem como treinamentos, palestras, workshops, etc.
Algo que obviamente diferencia Cuiabá das demais cidades que compõem o estado de Mato Grosso é a existência de escolas bilíngue. Embora atualmente exista apenas uma na Cidade Verde, a pronta aceitação da novidade pela população (mormente aquela de alta renda) não foi nenhuma surpresa para o mercado. Com isso, centenas de jovens já podem estudar numa instituição bastante respeitada em período integral, tendo aulas nos dois idiomas (português e inglês) e, ao final do período estabelecido, devem receber um certificado internacional, que os credencia a tentar uma vaga em qualquer universidade americana e os libera da obrigatoriedade de prestar o temido Test of English as a Foreign Language (Toefl), ou testes similares.
Estes são novos tempos, sem dúvida. Tempos em que podemos também ler uma excelente revista bilíngue, a Camalote, idealizada e publicada em Cuiabá e enviada para todo o Brasil e o mundo, mostrando nossas riquezas naturais, culturais e econômicas. Entretanto, este é um tempo contraditório também, eu diria. Afinal o inglês tem sido o mesmo idioma que nos aproxima e, na mesma proporção, nos afasta um dos outros no campo da tão essencial comunicação humana. Por quê? Cada um de nós tem os seus motivos e argumentos para (ainda não) ser fluente no idioma bretão. Quais são os seus, seja você ‘cuiabano de chapa e cruz’ ou não?

(*) Jerry Mill é Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), Presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana) e Membro Representativo/Oficial de Intercâmbio do Rotary Club Rondonópolis

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