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, 19 maio 2024
 
 

Trabalho, economia e produtividade

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Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI, divulgada semana passada revela além de outras questões, o descolamento entre a produção industrial e o custo da mão de obra, iniciado em meados do ano passado.
Sucintamente significa que o ritmo de crescimento da produção industrial está menor (sofreu desaceleração) em relação ao crescimento do custo da mão de obra. Por consequência, se outros fatores não mudarem a lógica dessa desigualdade, a competitividade tende a não acompanhar o ritmo necessário para atender as demandas do desenvolvimento. É o que parece estar acontecendo no país neste momento.
A produtividade da mão de obra sempre foi um fator preponderante em qualquer atividade empresarial desde os primórdios da administração científica. Embora muito ajustada aos modernos conceitos e práticas de desenvolvimento humano nas organizações, ainda é da sua produtividade, direta ou indireta, que depende a produtividade das empresas e, por conseguinte, os seus próprios benefícios e remunerações.
No artigo de 01 de novembro de 2011 escrevi neste espaço sobre a necessidade de primeiro nos preocuparmos com nossas obrigações em detrimentos dos benefícios. Não tem sido assim que nos comportamos.
Afirmava que: somos afeitos a buscar benefícios antes dos sacrifícios, assim como certificados e depois conhecimento, altas remunerações e só então resultados, bom atendimento antes de educação. Em síntese, tem-se o mau hábito de primeiro ‘ter’ e depois ‘ser’.
Parece-me que esta pesquisa, dentre muitas outras que são publicadas todos os dias, revela parte dessa cruel constatação. Vale ressaltar que os índices de desemprego tem se mostrado baixos e sob controle. Há indícios que mesmo com a baixa produtividade do trabalho e o ‘PIBinho’, aquém do esperado, no médio prazo, esses números devem se manter satisfatórios, motivados principalmente pela nova demografia populacional do país. Dado que o ingresso de novos trabalhadores no mercado também é decrescente.
Contudo, caso não melhore o arranjo dos indicadores de produtividade nacional, do médio para o longo prazo o país deverá sofrer um revés, uma vez que, não tendo produtividade suficiente, também não terá reserva econômica e de suporte tecnológico quando nossa estrutura de benefícios for realmente cobrada pela população.
Dito de outro modo, estamos desperdiçando uma excelente oportunidade de realmente nos destacarmos no horizonte mundial como um país alinhado com a eficiência e a eficácia necessária para os novos tempos. Os exemplos dos problemas enfrentados pelos Estados Unidos e alguns países da Europa poderiam servir de exemplo pedagógico para as reformas que precisamos fazer aqui.
A pesquisa da CNI, além do preocupante mote econômico que emerge dela, também deve servir de alerta para todo trabalhador sobre as suas reais contribuições de sua atividade, bem como o nível de sua produtividade pessoal. Está na hora dos colaboradores perceberem que fazer ‘mais do mesmo’ sequer mantém a empresa na média produtiva da concorrência. Basta os outros evoluírem que você e sua empresa já ficam para trás.
Excluindo-se o papel preponderante do Estado no desenvolvimento de estratégias capazes de realçar crescimento e desenvolvimento econômico, talvez a grande questão seja mesmo de oportunidade, tanto para os colaboradores como para os gestores.
Toda dificuldade aparente embute, para os vigilantes, alguma ou algumas oportunidades de inovação e diferenciação. Poucos momentos na história econômica recente foram tão incisivos na possibilidade de revelar profissionais como agora.
Como uma grande peneira no futebol, o mercado de trabalho, com oportunidades disponíveis, tem ofertado fortuitamente grandes chances para que ascendam nas suas posições.
Essa relativa facilidade logicamente se restringe àqueles com desprendimento e interesse, manifestados diariamente, somados a capacidade em demonstrá-los aos superiores ou mesmo concorrentes.
Do lado dos gestores, não restam muitas opções além da capacitação diuturna e da oferta rápida de responsabilidades para acelerar a experiência.
Boa semana de Gestão & Negócios.
(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante – [email protected]

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