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Demissões: 1.500 atos de vergonha

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A dispensa de 1.500 servidores por parte do prefeito Ananias Filho (PR) surgiu como uma bomba nos meios políticos e sociais de nossa cidade. Foi assustador e até certo ponto revoltante, pois aconteceu alguns dias após sua grande derrota nas urnas.
Para justificar essa demissão em massa, o prefeito Ananias disse que esse ato resulta de uma ação movida pelo Sispmur (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis) que teria questionado os contratos do município, a maioria ainda na gestão do ex-prefeito Zé do Pátio (PMDB). Ananias disse que o Tribunal de Justiça entendeu que esses contratos não teriam mais validade e seriam nulos. Continuando, o prefeito Ananias disse que essas demissões fazem parte da programação de fechamento de contas do município nesse fim de mandato, pois garante que necessita entregar a máquina enxuta, sem dívidas para o seu sucessor: Percival Muniz.
No meu modo de pensar, vejo que essas demissões de 1,5 mil funcionários não tem nada a ver com o Sispmur  e nem com a Lei de Responsabilidade Fiscal que o prefeito quer cumprir. Penso que isso seja puramente maldade e vingança mesmo. Vingança por ter tido nas urnas uma das piores derrotas da recente história política de Rondonópolis e que mesmo tendo o apoio de todos os caciques políticos da região e do Estado, ele não conseguiu sobressair a Percival Muniz.
Se fosse uma imposição da Justiça por que não promoveu essas dispensas antes das eleições? Lógico que se já estava feio sua situação nas pesquisas, ficaria pior ainda se assim o fizesse. Por outro lado, ele agiu de muita má fé, pois esses servidores contratados não têm culpa de sua ação como gestor, pois vejamos. Se a situação está tão difícil assim que é preciso dispensar 1.500 servidores, por que então de tantas obras eleitoreiras a serem feitas por aí? Como pensei, era tudo para angariar votos e não só para a benesse da população. Agora é esperar pra crer se essas obras serão concluídas.
A conduta de Ananias está sendo muito desleal. Ele afirmou, em entrevista, que o serviço público deve continuar normalmente e que o atendimento à população não será prejudicado. Será?? Então se é assim, por que não dispensou esses trabalhadores antes? Por que não economizou esse dinheiro antes? Isso é muito estranho e cheira muito mau, causando revolta e constrangimento em muita gente. Esses trabalhadores fizeram compromissos e esperavam cumprir com o seu contrato até o final do ano.  Agora, com esse ato, eles ficarão o restante do ano desempregados, não terão o décimo terceiro, enfim, estão em grande parte endividados, à mercê de uma situação plantada por uma pessoa que como disse em outro artigo, caiu de para-quedas no processo, tomando o espaço do Zé do Pátio que infelizmente foi cassado.
Por outro lado, o PR, como disse também em outro artigo, teria que escolher outro candidato a concorrer com o Percival e acabou confiando em um homem que entrou no Paço, começou a fazer obras sem parar, criou uma Secretaria de Segurança Pública que, diga se passagem, não adiantou quase nada, pois o período do ano em que mais homicídios aconteceram foi da criação dessa secretaria para frente, entre junho e setembro.
A infelicidade de Ananias nesse processo paira verdadeiramente no querer culpar o Sispmur por essas demissões. O que o sindicato sempre quis é que se realize um grande concurso público e que assim, o servidor contratado obtenha estabilidade e respeito. Porém, se o contrato está em vigor, fazer o que, deixa-o cumprir. Não é por causa de uma derrota política oferecida nas urnas que o atual gestor vai logo em seguida dispensar servidores da saúde, da educação, do meio ambiente, do esporte e lazer, etc.
O Sispmur quer é o bem dos servidores e não se compraz de maneira alguma com essas demissões em massa aí promovidas pelo atual prefeito. Isso partiu exclusivamente dele, do prefeito.
Ainda me lembro do discurso do candidato a prefeito derrotado, lá na Assembleia do Canadá Country Clube, ante aos servidores do município, onde disse que iria promover o maior concurso público da história da cidade e que nas suas falas, em momento nenhum, deixou transparecer que iria demitir os contratos no pós-eleições. Dizia que os serviços públicos estavam acontecendo a contento e que se eleito, as coisas iriam melhorar ainda mais. Olha aí o resultado.

(*) Reuber Teles Medeiros, professor, servidor público em Rondonópolis

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  1. Fizeram concurso para preencherem vagas na educaçao e chamaram poucos professores sendo que faltam mais de 500 vagas contando com a inauguração de novas creches, cadê a justiça.

  2. Infelizmente aqui no Brasil a política, de modo geral, é suja, visa tão somente os interesses dos partidos e seus aliados e que o povo se dane. Sempre foi assim e assim continuará por longo tempo, pois educação se aprende em casa, algo que não mais existe em nosso meio devido vários fatores. Por outro lado querem “empurar” a responsabilidade de educar para os professores que, na realidade também são vítimas do sistema, e a eles cabe tão somemnte preprar os jovens para uma profissão com responsabilidade, decência e honra mas o sistema não oferece os meios para tanto. Enquanto isso os “cabides de emprego” acontecem nos diversos órgãos públicos.

  3. Esses mil e quinhentos servidores sao amigos de quem os colocaram la. Estao em cabides de empregos e eles sabem muito bem disso. Uma verdadeira formacao de quadrilha/voto.

  4. Será que os servidores públicos realmente não sabiam dessa possível demissão? Será que o atual prefeito agiu de má fé, por simples vingança (capricho de criança)?

    Acredito que não. Isso não ficou em sete chaves. Duvido que não havia vazado antes. Os envolvidos já podiam esperar isso mesmo, afinal toda troca de prefeito é isto que acontece.

    E quanto ao prefeito, não acredito que esteja sendo o vilão da história, também não é o mocinho, porém no meu ver isto não passa de uma estratégia que vem de poderosos que mandam e desmandam na nossa cidade. Precisavam de alguém para sujar as mãos e o bobo da corte (com todo respeito ao prefeito), acabou caindo na armadilha.

    Não critico os servidores, nem tão pouco estou do lado do prefeito, mas vivemos pela busca de culpados e apontar o dedo faz parte do ser humano. Pare e pense! Será que o mérito dessa demissão em massa fica toda para o Ananias?

    Vamos pensar, pois ficar com raiva e falar mal não vai adiantar, pois as demissões vão ocorrer, é lamentável, mas é a pura verdade.

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