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, 19 maio 2024
 
 

O legado da Copa

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“a situação dos municípios mato-grossenses é a mais crítica possível com o abandono do governo estadual. Repasses para a saúde não são encaminhados, causando verdadeiro estado de terror aos seus habitantes”

A menos de dois anos dos jogos da Copa, Cuiabá já aparece de cara prestes a ser nova graças aos canteiros de obras em algumas avenidas da cidade e na Arena Pantanal. Quem vê os custos dessas obras, especialmente as do VLT e Arena, tem a impressão que neste Estado tudo corre às mil maravilhas.
Essas obras são para os olhos, e não, para o coração da nossa população. Esta tem outras prioridades: uma educação de qualidade para seus filhos; saúde para todos; segurança e malha viária para transportar as suas riquezas em igualdade de competição com os outros Estados; a falência da corrupção sem controle e a sua companheira, a impunidade.
A situação dos municípios mato-grossenses é a mais crítica possível com o abandono do governo estadual. Repasses para a saúde não são encaminhados, causando verdadeiro estado de terror aos seus habitantes. Escolas estão dispensando os alunos por falta de merenda escolar.
A má conservação das estradas faz com que o produtor, especialmente os de grãos, perca milhões de reais com o escoamento de seus produtos até aos portos de exportação. A segurança no Estado não existe por falta de recursos para contratação de pessoal concursado, e a nossa dívida cada dia aumenta mais. Únicos setores que trabalham sem reclamação sobre os atrasos de repasses, são os poderes Legislativo, Judiciário e Tribunal de Contas. Dizem que o Estado está tão endividado e pagando elevados juros, que a única prioridade, no momento, é o pagamento do pessoal, inclusive os grevistas.
As greves dos funcionários federais estão quase concluídas e, no Estado, pipocam descontentamentos dos servidores, especialmente os da saúde. O Ministério Público é ignorado pelas autoridades executivas no seu dever constitucional de obrigar o Estado a fazer os repasses legais.
A falta de autoridade é tamanha, que os índios bloquearam as principais rodovias do Estado e não vi nenhum político na área de conflito para negociar a desocupação da estrada principal. Houve necessidade de uma intervenção federal para que o bloqueio fosse cessado. Se Brasília não resolver, novas paralisações e prejuízos já estão anunciados.
Enquanto isso, a Fifa veio ver as nossas atrasadas obras faraônicas, e o Ronaldo Fenômeno se espantou ao constatar que, das cidades sedes da Copa, Cuiabá ocupa o último lugar entre os voluntários para trabalhar. Preocupa-me o legado que a Copa irá deixar para o interior do Estado.

(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico em Cuiabá, foi reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

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