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, 18 maio 2024
 
 

Educação e política: uma parceria imprescindível

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Sabe-se que o homem, como ser histórico – detentor de vontades, aspirações, anseios, interesses, expectativas –, para fazer-se sujeito, precisa relacionar-se historicamente com outros homens que também precisam se fazerem sujeitos. Não qualquer sujeito, mas sujeitos humanizados!
Nesse contexto interacional, a educação contemporânea deve ser concebida como prática intrinsecamente política. E política aqui deve ser entendida como o modo pelo qual a sociedade internamente dividida discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar ações que dizem respeito a todos os seus membros (M. Chauí, 1994) ou como atividade humano-social com o propósito de tornar possível a convivência pacífica e cooperativa entre os grupos e pessoas na produção da própria  existência da sociedade (1999).
Entendida desta forma, a política não deve mais ser vista como luta de classes, mas  como prática democrática, capaz de “incluir todos os mecanismos, procedimentos, esforços, recursos que se utilizam, em termos individuais e coletivos, para promover o entendimento e a convivência social pacífica e cooperativa entre os sujeitos históricos”.
Sob esse prisma, a educação exige o envolvimento do educando com sua vontade e ação. O desenvolvimento intelectual da criatura humana evoluiu e, com ele, evoluíram os métodos pedagógicos para educação da criança. A aprendizagem deve ocorrer por meio da lealdade e compreensão a fim de que a criança seja estimulada à conquista do conhecimento, alicerçado em valores éticos e morais, em padrões de harmonia e de respeito por todos, incluindo a natureza e tudo quanto existe.
O ensino-aprendizagem, preocupação dos educadores, deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Nesse contexto, o professor deve descobrir seu poder, não no sentido de sua imposição, mas no de fortalecimento da liberdade que é construída coletivamente como obra humana histórica. Nas palavras de Maturana (1998, p.95), a educação assim entendida constitui-se  “na aceitação do outro como um legítimo outro na convivência”.
Portanto, a educação deve ser dialógica como nos ensina Paulo Freire (1975). E diálogo supõe a conversa de ambos os sujeitos envolvidos – educador e educando. Envolve o saber ouvir e a consideração pelo que o outro diz. Por essa relação se exerce e se aprende a colaboração. Por essa relação se aprende e se exerce o político como democracia.  A colaboração entre grupos e pessoas é essencial à convivência pacífica e ao desenvolvimento histórico da sociedade. “Não é a luta o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração (Maturana, 1998, p. 34).
A  educação contemporânea necessita resgatar valores ético-morais, como respeito por si mesmo e pelo outro, dever, responsabilidade, honestidade, tolerância, autocontrole, entre outros. Esses valores, aos olhos de alguns, pode até parecer piegas, mas acredito que a maioria da sociedade anseia pelo resgate deles. Logo, a educação de qualidade social tem como pressuposto formar o sujeito capaz de compreender e intervir no mundo que está inserido. Uma educação que prima pela elaboração da consciência enquanto sujeito da práxis.
Essa é a política que permeia a educação contemporânea, não a politicalha que alguns fazem questão de praticar, tirando as forças de defesa da sociedade.  Daí a importância de nós professores e educadores em geral fazer do lugar/espaço da aprendizagem  um cenário de convivência social harmônica, pautado em seu aspecto educativo, mas também político. Afinal, como disse Rui Barbosa, a política é a higiene dos países moralmente sadios.
Como educadores –  humanos e políticos – somos conscientes da complexidade da convivência social que vem carregada de conflitos de ordens diversas – tanto de nossa parte como da parte dos educandos.  Mas, apesar disso, se queremos consolidar os ideais da paz, da liberdade e da justiça social, não podemos – pais e professores – abrir espaços para esmorecimentos.
O desafio deste século é ensinar crianças e jovens a  “aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a Ser.” Esses desafios são conquistados coletivamente, e sua  base está na postura político- pedagógica que o professor assume frente a frente com o aluno em sala de aula.

(*) Arlete Fonseca de Oliveira é professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT) – participante do Grupo de Formação de Professores – sob coordenação do prof. Ademar Carvalho

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