32.3 C
Rondonópolis
, 16 junho 2024
 
 

Cultura para todos

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

No último mês de dezembro participei, em Brasília, de uma reunião com o Secretário Nacional da Juventude (cargo ligado à Presidência da República) Gabriel Souza, para debater o Estatuto da Juventude, e mais especificamente a questão do posicionamento na aprovação da meia-entrada cultural.
Em razão de em nosso país 53% dos municípios não terem instituição pública de cultura, ou seja, museu, biblioteca, teatro e cinema, defendemos nesta reunião além da meia-entrada para jovens, o empenho da classe política para que a PL [Projeto de Lei] 5798/09 proposto pelo Governo, no qual cria o Vale-Cultura para trabalhadores com renda de até cinco salários mínimos, saia do papel e venha a proporcionar acesso à cultura a milhares de jovens brasileiros.
Acreditamos que o vale mensal de R$ 50 que será distribuído pelas empresas que aderirem ao Programa Cultura do Trabalhador, poderá ser usado na compra de serviços ou produtos culturais, como livros e ingressos para cinemas, teatros e museus, servindo de instrumento de política pública que visa a melhoria da educação da população brasileira.
Uma educação de má qualidade também é fruto da falta de bibliotecas públicas pois, conforme pesquisas do Ministério da Cultura, hoje, ainda faltam bibliotecas em mais de 300 municípios brasileiros. O desafio de melhorar este número e zerar o déficit deve ser encarado como uma meta educacional de todos os políticos, alunos, professores, líderes comunitários e sociedade organizada.
Além de disponibilizar livros variados para todos os tipos de público, as bibliotecas também podem servir de salas para cursos de teatro, música e artesanato. Por ser um ambiente aconchegante e convidativo, as bibliotecas são opções excelentes para o convívio de crianças e de jovens que, sem essa alternativa, acabariam ficando na rua, expostos a toda sorte de riscos e estímulos negativos.
Com a aprovação do Estatuto da Juventude e da Lei da Cultura, o grande desafio dos educadores será transformar os livros em objeto de desejo, pois essa é uma missão que deve ser encampada não só pelos professores, mas por toda a sociedade.
Acreditando na mudança da realidade cultural do nosso País, esperamos que no primeiro semestre de 2012 o governo comece a executar projetos na área cultural, como estimular a leitura, ampliar os investimentos em artes visuais, dança, teatro, música e nos valores regionais.
Vale lembrar que programas de incentivo à leitura que disponibilize livros para toda a sociedade é fundamental, principalmente para os universitários pois, conforme pesquisas, 88% dos jovens brasileiros pertencem às classes C, D e E e tem dificuldades financeiras para adquirir uma obra literária.
Por fim, no âmbito da educação e da cultura, é sabido que o Brasil superou problemas antigos, como a falta de acesso à escola, porém o acesso à cultura ainda é uma triste realidade social do nosso País. Enquanto poucos têm muito, muitos têm pouco ou não tem nada.

(*) Thiago Silva é líder comunitário e professor universitário – E-mail: [email protected]

- PUBLICIDADE -spot_img
« Artigo anterior
Próximo artigo »
  1. Caro amigo Thiago Silva, concordo com tudo o que você disse, mas acrescentaria mais alguns probleminhas que repercurtem muito mal na cultura ou na falta de cultura de nossa juventude. Infelizmente não é só o poder aquisitivo que deixa o jovem “sem cultura”. É claro que quem ganha dez ou mais salários por mês tem mais condições de “comprar” cultura. No entanto, o nivelamento por baixo da cultura brasileira se dá também e, principalmente, pelos meios de comunicação que têm diante de si milhões de jovens sedentos por cultura mais “erudita/elaborada”, simplesmente expõem o pior que o Brasil produz na mídia. A mídia brasileira está acabando com a cultura verdadeira deste país. A “bundalização da música popular brasileira”, como Gabriel o Pensador já disse em uma de suas músicas, se tornou rotina e os nossos políticos, sociedade organizada, escola, igrejas, etc não estão nem aí para isto. Luciano Pires escreveu um livro denominado: “Brasileiros Pocotós” que todos os brasileiros preocupados com os rumos educacionais e culturais deste país, deveriam ler e tentar colocar em prática em seu cotidiano. Educação séria exige cultura séria e, por sua vez, formação séria de educadores, políticos, artistas, empresários (principalmente dos meios de comunicação) líderes, etc. A sociedade precisa ter de volta alguns de seus valores éticos e morais perdidos ao longos dos últimos 30 anos.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Coqueluche: saiba mais sobre a doença que voltou a preocupar o mundo

Pelo menos 17 países da União Europeia registram aumento de casos de coqueluche – entre janeiro e dezembro do...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img