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Rondonópolis
, 16 maio 2024
 
 

Vinda do presidente norte-americano – II

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Havia o protocolo e o turismo. A visita de Barack Obama produziu constrangimento e por que não dizer tietagem. Positivo e simbólico foi o recomeço das relações diplomáticas com nosso país, de modo que havia um desgaste muito grande nos últimos anos no que diz respeito ao Irã, nos aspectos da pena de apedrejamento da iraniana Sakineh Asthiani e da produção de energia atômica naquele país.
Observamos que, de concreto, nada nos ofereceu, pois dos acordos assinados apenas gestos muito vagos, nada substanciais, apenas retóricos, nada singulares do homem mais poderoso e protegido do planeta, cuja proteção chegava às vias da loucura e se tornar ridículo. Por exemplo, queríamos ouvir algo  acerca da sobretaxa do etanol brasileiro exportado para os Estados Unidos, ou das constantes desvalorizações do dólar que prejudicam nossas relações comerciais. Nenhuma palavra. Quanto a nossa aspiração à uma cadeira  permanente junto ao Conselho de Segurança da ONU, falou apenas em “apreço”, numa alusão muito vaga e distante, ao contrário do que disse para a Índia nesse sentido.
Em Brasília, os convidados para uma palestra foram obrigados até a tirar os sapatos e meias para serem revistados pelos membros do serviço secreto americano. Alguns ministros de Estado e empresários retornaram, não aceitando tamanha humilhação.
Sua estada no Rio de Janeiro foi decepcionante, não só cancelou a sua fala em público na Cinelândia, como também sua retórica na palestra no Teatro Municipal foi morna e sem sal. Outro aspecto nada agradável foi a sua autorização para o ataque à Líbia justamente aqui do Brasil, numa demonstração de força e indignação das autoridades brasileiras, pois o Brasil se absteve de votar no Conselho de Segurança da ONU a intervenção armada, pois queria uma solução através do diálogo.
Na Cidade de Deus, com apoio das forças de segurança nacionais, a truculência dos agentes americanos foi sentida, pois até o tradicional banho de sol na laje tentaram impedir enquanto o presidente Barack Obama lá estivesse numa visita de bem menos do que uma hora, resultando em protesto da população e da Central Única das Favelas. 
O governo brasileiro foi polido e comedido, mas tem muito ainda que aprender, pois não deveria ter permitido que toda a segurança e os detalhes dela fossem elaborados e controlados pelo serviço secreto americano. Pegou muito mal.
Mas o presidente Barack Obama pode respirar tranquilamente aqui no Brasil, algo que lá em sua terra não é possível, pois sua popularidade está em baixa já há algum tempo. Isso é devido a vários fatores como os problemas de Wall Street,  Base de Guantánamo e outros vários, de modo que, muitas vezes, é refém da oposição política que o chantageia de modo implacável.
Não basta ter um sorriso cativante nas relações nacionais e internacionais, é necessário muito mais, e uma delas é o estender de mãos, de modo que ambas as partes sejam beneficiadas. Isso demonstra maturidade política, tecnológica, comercial e social.
Restrições de segurança absurdas  foram impostas ao homem mais poderoso do planeta, que não se sentia a vontade, ao público em geral e aos anfitriões, gerando constrangimentos inaceitáveis.
Talvez numa próxima visita, não como presidente, mas como cidadão, os procedimentos sejam mais agradáveis e cordiais sem constrangimento. Aí, sim, o Brasil poderá recebê-lo de modo como determina a nossa tradição, ou seja, de bem receber, com cordialidade, simplicidade e responsabilidade, sem segurança absurda,  a altura de seu merecimento como ser humano digno e respeitável.
(*) ORLANDO SABKA  é morador em Rondonópolis –      E-mail: [email protected]

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