A palavra responsabilidade tem sete separações de sílabas e dezesseis letras, porém de um valor inestimável, principalmente para as pessoas de bem, aquelas que têm caráter, brio e que honram seus compromissos em seu dia a dia, não importa a profissão ou os afazeres, como também das dificuldades porque passam.
Assumir responsabilidade é compromisso sério, mas têm pessoas que acham que se assumir e não cumprir dá na mesma, não se importam, não levam a sério e quando interpeladas dão uma resposta evasiva, que esqueceu, atrasou e assim por diante. Por exemplo, marcado um encontro para tratar de determinado assunto para tal hora, o sujeito, quando aparece é com uma a duas horas de atraso, achando que fez um favor em vir naquele horário, enquanto que a outra parte cancela compromissos assumidos na expectativa de que o assunto seria tratado dentro do combinado. Infelizmente isso acontece com frequência, gerando transtornos e alguns aborrecimentos.
O mesmo acontece, com bastante frequência em convites para casamento, aniversário, churrasco, reunião, etc. e etc. Aqui no Brasil até parece que chegar atrasado é chique, charmoso e normal, mas não é. É que nós praticamos a “chiquesa” do atraso, achando que estamos abafando, que somos o máximo. É um mau costume que gera constrangimento e até certo mal estar. É claro que existem muitas exceções, que são maravilhosas e pontuais, de um dinamismo extraordinário, cujo talento é louvável. Responsabilidade é ponto de honra.
É fantástico vivermos em meio às pessoas responsáveis. Tudo se torna prático, mais leve, organizado, de modo que podemos dispor de mais tempo para outros afazeres. Tendo responsabilidade se torna bem mais fácil na solução de problemas, na distribuição de tarefas, lazer, o tempo necessário para reflexão, de frequentar a Igreja, de programar uma visita, de combinar um jantar ou almoço de última hora e assim por diante. Responsabilidade é dinamismo, é encurtar o tempo. É, em suma, credibilidade.
Em países do primeiro mundo a pontualidade é sagrada, a responsabilidade é considerada ponto de honra, de modo que a palavra empenhada é documento formal. É uma questão de educação, de princípios e de respeito para com alguém.
Que nós possamos, aqui no Brasil, criar a mentalidade da responsabilidade. Em primeiro lugar se aprende no seio da família, em continuidade nos bancos escolares. Lembro do tempo de juventude, era assim e, nos tempos atuais, isso estamos perdendo, principalmente para as correrias do dia a dia, da falta de tempo dos pais conversarem mais com seus filhos, da falta de diálogo em casa, das compensações da ausência dos mesmos por bens materiais, do consumismo exagerado e assim por diante.
Outrora na escola, todos perfilados, cantavam o Hino Nacional e da Bandeira, algo que, nos dias atuais soa estranho aos jovens esses atos cívicos. São bem verdades que os tempos hoje já não são os mesmos, que muita coisa mudou, algumas para melhor, outras para pior, como é o caso das drogas que se alastram a cada dia que passa. Agora perder valores, raízes essenciais para o nosso viver com dignidade são inadmissíveis. Temos a obrigação de resgatar. Responsabilidade a começar dentro de casa e o aprender nas salas de aula, de modo a formar cidadãos responsáveis do amanhã.
(*) ORLANDO SABKA é morador em Rondonópolis – E-mail: [email protected]
