Ouça-me chorar em silêncio,
Não posso mais cortejar o horizonte,
Sinto-me como parasita, sem ar e tenso,
Gotejando da face, sudorese aos montes,
Percorre livre sobre meu corpo, arrepios,
Te vejo cada vez distante de mim,
Estou sozinho, inerte, nesse arredio,
Colando as pálpebras com lágrimas, enfim,
Minha sorte perdeu sua pista,
Cortaram as asas da minha felicidade,
Vetaram o meu sonho, lacraram as vistas,
Sem você não terei a doce liberdade,
Já não tenho a luz que brilha lá fora,
Falta-me coragem pra tentar te seguir,
Sou um sol em queda, toda tarde indo embora,
Feito uma montanha de gelo, ao tempo se diluir,
Porém sem malícia, a brisa me toca,
Entre as linhas do tempo, acordo a saudade,
Recordo você, o desejo provoca,
Me dê outra chance, não suporto a vontade.
(*) Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis.
