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, 17 junho 2024
 
 

Existem fundamentos para o jejum intermitente?

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O jejum intermitente vem ganhando cada vez mais popularidade. Mas afinal, existem fundamentos científicos para esta dieta? De acordo com a literatura, a definição para o jejum intermitente é, “estratégia que envolve a restrição total ou parcial do consumo de energia (restrição que varia de 25 a 100%)”. Isso deu origem a alguns métodos populares.
Dra. Viviane Christina de Oliveira endocrinologista e metabologista da Clinica MedPrimus, explica que todas as vertentes da dieta apresentam momentos cíclicos de jejum e de refeições, uns mais longos do que os outros. Quando se pesquisa sobre o assunto, a maior parte do conteúdo da busca vem de blogs e notícias populares da internet sobre dietas e emagrecimento. Sendo este, um problema, pois falta suporte científico e estudos de boa qualidade metodológica sobre o assunto. Em 2015 foram publicados 2 estudos, 1 no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, e outro no American Journal of Clinical Nutrition, principais revistas científicas da área de Nutrição. Ambos concluiram que faltam mais estudos clínicos robustos para comprovar o real benefício do jejum intermitente na saúde.
No entanto, existem alguns pequenos estudos que realmente demonstram que o jejum intermitente provoca melhorias nos seguintes aspectos: saúde metabólica, desempenho cognitivo, redução da obesidade, redução de condições ligadas à obesidade como a esteatose hepática (gordura no fígado) e redução de doenças crônicas como diabetes e câncer.
O jejum caracteriza-se como um estado em que o corpo, após ficar determinado tempo sem se alimentar, utiliza mais substratos energéticos próprios do que aqueles provenientes da dieta. Nesse caso, o organismo passa, por exemplo, a utilizar a gordura estocada no tecido adiposo ao invés da gordura ingerida da dieta. Além disso, o corpo passa a usar como energia a glicose produzida no fígado, e a utilizar de forma mais intensa o glicogênio muscular e hepático, em detrimento dos carboidratos provenientes da alimentação. Nessa circunstância, ocorre inclusive o direcionamento de aminoácidos — os elementos constituintes das proteínas — para a produção de energia.
“Com relação aos hormônios, os níveis de insulina no sangue caem significativamente, o que facilita a queima de gordura. E os níveis sanguíneos do hormônio do Crescimento hGH podem aumentar até cinco vezes. O jejum é potente estímulo para sua produção e seus níveis mais elevados facilitam a utilização e “queima” de gordura bem como favorece o aumento da massa muscular; e tem inúmeros outros benefícios”, explica a endocrinologista.
O jejum intermitente não deve ser indicado e seguido sem orientação, pois pode aumentar os níveis de stress e atrapalhar o sono. Desidratação e fome são sintomas comuns desta dieta e podem causar dores de cabeça. Um fator preocupante são distúrbios, ou compulsão alimentar, desencadeados pelo processo – algumas pessoas usam esse tipo de dieta para justificar erros alimentares: passam o dia todo sem comer e na sua refeição livre come de tudo, inclusive alimentos não saudáveis.
O Jejum intermitente é contraindicado para pessoas que estão abaixo do peso, com idade inferior a 18 anos, mulheres grávidas ou em fase de amamentação, pessoas com diabetes tipo 1 que usam insulina, pessoas com distúrbios alimentares e idosos.
Dra. Viviane explica que os 2 artigos de revisão deixam claro que o jejum intermitente pode ser promissor para o emagrecimento e melhora da saúde metabólica para aqueles que conseguem se adaptar ao jejum. Porém, dados atuais não permitem afirmar, que isto seja uma condição para todos.

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