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Consumo alimentar nas escolas

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A alimentação adequada em qualidade e quantidade é fundamental para crianças e adolescentes em idade escolar, pois fornece a energia e os nutrientes necessários para o crescimento, desenvolvimento e manutenção de um bom estado de saúde. Se, por um lado, o consumo insuficiente aumenta o risco de desnutrição e deficiência de micronutrientes, por outro lado, o excesso alimentar está associado ao desenvolvimento de obesidade e comorbidades, incluindo hipertensão, dislipidemia, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Os alimentos disponíveis no ambiente escolar podem diferir de acordo com a dependência administrativa da escola. Em escolas públicas, a alimentação é garantida pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), conhecido como merenda escolar, o qual prevê o fornecimento de refeições adequadas do ponto de vista nutricional, com alimentos que respeitem a cultura e tradições locais, assim como a inclusão da educação nutricional no processo de ensino e aprendizagem. Já em escolas privadas, alimentos são comercializados em refeitórios e cantinas, que costumam ofertar itens excessivamente calóricos e ricos em gorduras saturadas e trans, sódio e açúcar, como balas, pirulitos, salgados fritos e refrigerantes.
Em estudo conduzido em São Luís (Maranhão) que comparou a ingestão alimentar de 570 escolares das redes pública e privada de ensino utilizando um recordatório de 24 horas, algumas diferenças estatisticamente significantes foram observadas. Farinha, farofa, caldos e sopas foram mais consumidos por alunos de escolas públicas, enquanto leite, refrigerantes, sucos naturais, hortaliças, salgados, pasteis, pizzas, salgadinhos de pacote, bolos e queijos foram mais consumidos por escolares da rede privada.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2012), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Saúde, encontrou, como esperado, presença maior de cantinas nas escolas privadas (95%) do que na rede pública (40%) e, nestas cantinas, uma maior exposição dos escolares da rede privada a refrigerantes, salgados fritos, salgadinhos industrializados, bolachas recheadas, balas, doces e confeitos. A PeNSE 2012 indicou ainda que o hábito de tomar café da manhã é mais elevado entre alunos da rede pública (63%) do que entre os estudantes da rede privada.
A disparidade no hábito alimentar de acordo com a dependência administrativa da escola também se reflete no estado nutricional dos escolares. Em estudo transversal com 5.037 crianças de 6 a 11 anos de idade residentes em Maringá (Paraná), a variável “estudar em escola privada” foi positivamente associada ao excesso de peso, assim como ser do sexo masculino e ter chefe de família com mais de quatro anos de escolaridade.
Porém, ressalta-se que existe similaridade entre alunos de escolas públicas e privadas quanto ao consumo de itens cujo consumo excessivo não é saudável, como os biscoitos doces, além de ser mais baixo entre escolares da rede pública o consumo de alimentos marcadores de proteção, a exemplo de frutas e hortaliças. Os resultados das pesquisas apontam, portanto, a necessidade de intensificação e ampliação das ações de promoção da saúde dirigidas aos escolares de ambas as redes de ensino.
Para tanto, tem-se os eixos para a promoção da alimentação saudável na rede pública e privada definidos pelo governo federal por meio da Portaria Interministerial nº 1.010, de 8 de maio de 2006, incluindo o desenvolvimento de estratégias envolvendo profissionais de saúde, famílias e a comunidade escolar. Dentre os objetivos estão: restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura saturada e trans, açúcar e sal e desenvolver opções de alimentos e refeições saudáveis na escola e aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e verduras.

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