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, 17 junho 2024
 
 

Envelhecimento populacional e seus desafios

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Casal de Idosos - cor2

O envelhecimento populacional é um fenômeno observado tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. O Brasil é um dos que envelhecem a passos largos. Entre os anos de 1980 e 2005, a população idosa cresceu 126%, enquanto a população total cresceu 55% no mesmo período. Segundo o último censo demográfico, os idosos agora correspondem a aproximadamente 11% da população brasileira.

Para garantir o bem-estar da população idosa, é essencial o desenvolvimento de programas de saúde em parceria com outras políticas públicas que garantam a assistência e o exercício de sua cidadania. Isto representa um desafio e um leque de oportunidades para os profissionais de saúde, que deverão se preparar para atender às demandas dos idosos, tanto em instituições de longa permanência como em programas de saúde e qualidade de vida.

Tendo em vista as melhorias na alimentação, segurança e desenvolvimento de medicamentos nas últimas décadas, projeta-se um aumento dos chamados “muito idosos”, que são aqueles com 85 anos ou mais. Nos EUA, estima-se um crescimento de 377% neste grupo até o ano 2050. O problema que se impõe nesta situação é a necessidade de cuidado especializado, pois se tratam de idosos que geralmente sofrem de múltiplas doenças crônicas.

Segundo uma pesquisa recente, quase 75% apresenta pelo menos uma doença crônica não transmissível, como câncer, diabetes, osteoporose ou doença cardiovascular, e praticamente metade tem pelo menos duas destas doenças. A prevalência de incapacidade funcional também é alarmante. Estes dados destacam a relevância de mudar o foco atual dos serviços de saúde do tratamento para a prevenção, por meio do desenvolvimento de programas de promoção da alimentação saudável e prática de atividade física, com participação de equipes multiprofissionais.

A comunicação entre os profissionais de saúde, os idosos e seus cuidadores também precisa ser um alvo de mudança. Lee et al. (2013), por exemplo, acompanharam o atendimento a idosos hospitalizados e identificaram o potencial de melhorias na informação quanto à prevenção de quedas, que são frequentes nesta população.

Diversas diretrizes de tratamento precisarão ser revisadas frente ao aumento da proporção de idosos e de “muito idosos”. Discute-se, por exemplo, a recomendação da terapia hipolipemiante, por conta de dúvidas sobre sua relação entre custo e benefício. Contudo, estudos epidemiológicos apontam altas prevalências de dislipidemia em idosos e estudos clínicos sugerem vantagens do uso de medidas para redução do colesterol sérico neste subgrupo, contribuindo para diminuição da morbidade e mortalidade. Mesmo diante destas evidências, Shanmugasundaram et al. (2010) relataram que estas terapias ainda são subutilizadas em pacientes idosos.

Recentemente, a American Heart Association publicou diretrizes para prevenção secundária de doenças ateroscleróticas em idosos, ressaltando não somente os benefícios em termos de redução da mortalidade, mas também em relação à melhor qualidade de vida, capacidade física e independência pessoal. Por se tratar de um grupo etário em expansão, é fundamental sua inclusão em ensaios clínicos, a fim de recomendar os melhores tratamentos e programas educacionais que possam ampliar a autonomia e outras medidas relevantes, assim como a especialização de profissionais em geriatria e gerontologia, permitindo o cuidado ideal de pacientes em idade avançada, com ênfase na prevenção.

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