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Ivo Pitanguy define-se como um eterno aprendiz

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noO mestre da cirurgia plástica, Ivo Pitanguy, de 84 anos, define-se como um curioso nato e em constante processo de aprendizagem. “Aprendi muitas coisas com especialistas de outras áreas.” A escolha pela medicina não foi imposta. “Meu pai era cirurgião geral, mas não me obrigou a seguir a carreira. Como venho de uma família espiritualizada, servir ao próximo foi uma decorrência.”
Começou o curso de Medicina em Minas Gerais, estado natal, mas teve de servir o exército e então mudou-se para o Rio, formando-se na década de 1940, pela atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A cirurgia plástica ainda não era reconhecida como uma especialidade. Nos prontos-socorros, usavam navalha. Viajei para Cincinatti, Ohio, na condição de cirurgião residente. Depois, frequentei a Mayo Clinic, em Minessota, e fui para Nova York, a serviço da cirurgia plástica do Dr. John Converse.”
De volta ao Brasil, atuou como chefe do Serviço de Cirurgia da Santa Casa, o primeiro em cirurgia de mão na América do Sul. Esteve também em Paris e na Inglaterra, sempre aprendendo, a fim de trazer know how para o Brasil, País que era incipiente nessa área.
Pensando na atual banalização da plástica, chega a ser curioso o fato de que, nos anos 1950, Pitanguy teve de debater, perante uma reticente classe médica, a relevância da sua especialidade, na qual não faz distinção entre os conceitos estético e reparador: “Ambos devolvem ao indivíduo o bem estar com sua própria imagem. A plástica é um ramo nobre da cirurgia geral, como qualquer outro. Entrelaça-se com outras subespecialidades “.
Hoje, tem um trabalho voluntário na Santa Casa de Misericórdia, no Rio, onde realiza cirurgias reparadoras gratuitas ou mediante o pagamento de uma taxa mínima.
FAMOSOS
No seu currículo, consta meia Hollywood, nomes da nobreza como a ex-imperatriz do Irã, Farah Diba, a Duquesa de Windsor e até mesmo um índio da tribo Camaiurá. Reza a lenda que um espírito soprou ao pajé Sampai que ele deveria mexer no rosto. Parece que o índio gostou tanto do resultado que se sentiu voltando aos tempos em que era um garoto. “É verdade que o senhor operou o pajé Sampai?” Surpreso com a lembrança, ri muito e sai à francesa. “Se é o que ele diz…,” despista Pitanguy – nome que, em tupi-guarani, significa “rio das crianças”.
Disse, certa vez , que não se acha nem bonito, nem feio, apenas plausível. Não fez plástica “porque se tolera bem”. Não gosta da magreza excessiva, quase anoréxica. Tirando os excessos, vê o cuidado com a aparência como algo natural e positivo entre os brasileiros, povo que cultua a forma física e os esportes. Indagado se o cirurgião plástico é, sobretudo, um esteta, lembra que no seu métier enfrenta limitações que o pintor não tem com suas tintas.
Sobre o conceito da beleza, fala: “Não existe uma única definição. Existem conceitos étnicos, de épocas, filosóficos.”

Ivo Pitanguy: hoje, tem um trabalho voluntário na Santa Casa de Misericórdia, no Rio, onde realiza cirurgias reparadoras gratuitas ou mediante o pagamento de uma taxa mínima.

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