Ontem encerrou a Semana Global de Empreendedorismo – SGE. Um Movimento iniciado na Inglaterra em 2008 e que rapidamente atingiu escala mundial. Rondonópolis participou ativamente com uma extensa programação, através da contribuição de várias organizações da sociedade civil, inclusive e principalmente do ambiente empresarial.
Embora empreendedorismo seja uma palavra de difícil pronúncia e desaconselhável do ponto de vista do marketing, abarca no seu bojo um conjunto de aspectos merecedores da sua notoriedade e ascensão. Principalmente agora, quando estamos às voltas com a crise Europeia e a proeminência dos países emergentes, como o caso do Brasil.
Há muito tempo figuramos como um dos países mais empreendedores no Global Entrepreneurship Monitor – GEM, cujo propósito, dentre outros, é o de avaliar a capacidade empreendedora dos países ao redor do mundo.
Contudo, também ficava evidente que boa parte do empreendedorismo que o país ostentava tinha grande ligação com as altas taxas de desemprego e a falta de oportunidades nas vagas formais de trabalho. Desse modo, o empreendedorismo brasileiro, em boa medida, era oriundo da necessidade e a própria criatividade, relegada ao nosso povo, era na essência, uma consequente resposta, inerente à precisão de fazer frente às necessidades primárias de sobrevivência.
É relativamente simples encontrar evidências desse descompasso entre o empreendedorismo propriamente dito e o de necessidades, denotando a falta de um projeto nacional mais austero de desenvolvimento e de atenção às iniciativas neste sentido. Basta para isso analisarmos friamente os números do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, em relação à abertura e fechamento de empresas Brasil afora.
Ocorre que recentemente, apoiado na estabilidade econômica e política do País, deu-se passos decisivos para que definitivamente pudéssemos testar a efetiva capacidade empreendedora do brasileiro. Várias questões contribuíram nesse sentido, tais como o novo Código Civil Brasileiro, a edição do Simples, depois do Supersimples, além de diversos programas públicos e privados de apoio e desenvolvimento do empreendedorismo.
O empreendedorismo definitivamente tornou-se o ‘queridinho público’ a partir do momento em que ficou manifesto que através dele é possível acelerar a capilaridade econômica e a distribuição de renda, revelando-se um importante instrumento de mobilidade social e um promotor inconteste do desenvolvimento econômico ao invés de apenas crescimento.
O empreendedorismo diz respeito fundamentalmente à filosofia de vida, compreensão da realidade e o foco em resultados, atributos que são estratégicos para qualquer negócio. Percebeu-se rapidamente que este perfil seria extremamente útil não somente aos empresários, mas principalmente nos colaboradores em suas empresas o que tornou perceptível a existência do empreendedor corporativo.
Este colaborador cujo perfil se mistura na essência com o do próprio empreendedor, dono da empresa, tem relevância no momento em que o nível de concorrência entre as organizações se torna mais evidente, estejam elas onde estiver, principalmente em função da fluidez econômica da atualidade, apoiada nos meios de comunicação e na transparência das características competitivas.
É bastante perceptível que a inovação tem se tornado um grande diferencial competitivo das empresas e, por conseguinte está apoiada nas competências das pessoas. Por esse motivo o empreendedor corporativo torna-se cada vez mais preponderante dado que é ele um dos elementos dinamizadores do modus operandis das empresas.
Contudo, senso de urgência, pró-atividade e iniciativa nas propostas e ações nem sempre são desejados pelos empresários, principalmente quando estes adotam modelos de gestão arraigados aos ranços da chefia ao invés da liderança colaborativa.
Boa semana de Gestão & Negócios.
(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É Diretor de Relações com o Mercado do IBG, professor e palestrante – [email protected]
