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Rondonópolis
, 13 maio 2024
 
 

“Chegava muita gente de fora, a pensão não ficava vazia”

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A série de entrevistas especiais do A TRIBUNA com os pioneiros de Rondonópolis apresenta, nesta edição, a história de Doralice Leão, de 85 anos, conhecida como Dorinha. Ela, que nasceu em Guiratinga, vive na cidade há quase 40 anos, mas a ligação com Rondonópolis começou bem antes, com a chegada de sua mãe ao município, em 1950. Conheça um pouco mais da história dessa moradora a partir de agora.


Dona Dorinha, como é conhecida na cidade, na verdade, Doralice Leão, de 85 anos, se mudou em definitivo para Rondonópolis em 1979. Apesar de viver na cidade há quase 40 anos, a ligação dela com Rondonópolis começou bem antes, em 1950, quando sua mãe se mudou para o município para abrir uma pensão.
“Nós vivíamos em Guiratinga e eu me casei em 1949, com 16 anos. Em 1950, a minha mãe Nicota e o meu padrasto Oscarino decidiram investir aqui na cidade, que já tinha uma grande movimentação de pessoas chegando de vários lugares do País. O meu padrasto abriu um armazém na Rua João Pessoa e a minha mãe abriu uma pensão, chamava Pensão Baiana”, conta a pioneira.
Dona Nicota, como era conhecida a mãe de Dorinha, se chamava Sebastiana Coelho da Luz e era casada com Oscarino Silveira Ledo, seu segundo esposo, já que o pai de Dorinha faleceu quando ela tinha 5 anos. “Bem arrumadinha e aconchegante foi a primeira pensão da cidade, depois vieram outras. Era tudo com muita dificuldade naquela época, as pessoas atravessando o rio de balsa porque não havia ponte, mas chegava muita gente de fora, a pensão não ficava vazia”, recorda Dorinha.

Aos 85 anos, Dorinha é uma das mulheres com mais idade aptas a dirigir em Rondonópolis
Mãe de pioneira, Sebastiana Coelho da Luz (Nicota), foi dona de uma das primeiras pensões de Rondonópolis – Foto: Arquivo Pessoal

Conforme a pioneira, a mãe tocou a pensão por 40 anos, ficando muito conhecida na cidade. “Eu sempre estava na pensão ajudando, lembro de um jovem que chegou de Campo Grande, dizendo que veio para trabalhar com comunicação na cidade. Ele acabou morando na pensão por 12 anos e minha mãe acabou tendo apego como de um filho”, conta Doralice, lembrando a chegada de Hermínio Barreto à Rondonópolis, um dos pensionistas da mãe. Dona Nicota faleceu no ano de 2002, após viver por mais de 50 anos na cidade.
Paralelo ao pioneirismo da mãe no município, Dorinha lembra que, nos anos iniciais de Rondonópolis, muitos moradores seguiam para Guiratinga para realizar compras. “Meu esposo tinha uma loja lá, o pessoal ia muito para Guiratinga comprar calçados e roupas. Depois, lá parou e aqui cresceu. Guiratinga ficou para trás”, comenta. Como o esposo tinha uma fazenda na região da Serra da Petrovina e tentava vir para a cidade para ficar mais perto da mãe, a família decidiu então que era o momento de deixar a cidade vizinha e fixar residência em Rondonópolis de vez, já aproveitando a companhia da mãe. A mudança aconteceu no ano de 1979.

Pioneira já foi Miss 3ª Idade e representou Mato Grosso no Miss Brasil da categoria

“Compramos uma casa na Vila Aurora, só tinha a casa e mato ao redor. Nunca me esqueço como demorei para achar a casa de uma prima que também morava na Vila Aurora. Andava, andava e andava… E só achava mato. Como cresceu e ficou um lugar bom pra viver!”, comenta Dorinha. Com o falecimento do marido, dona Dorinha acabou se desfazendo da fazenda, mas continua morando na mesma casa. Está casada há 18 anos com Edmílson Alves, que veio do Piauí em busca de uma vida melhor em Rondonópolis e já está na cidade há 30 anos. Dona Dorinha tem uma filha de criação, três netos e três bisnetos. “Já tenho uma bisneta de 25 anos, brinco com ela que não quero virar tataravó, não!”, conta.
A pioneira pode ser vista pelas ruas da cidade ao volante. Aos 85 anos, é uma das motoristas com mais idade em Rondonópolis, apta a dirigir e com a carteira de habilitação em plena legalidade. No dia da entrevista, a entrega do novo carro, zero quilômetro, estava sendo comemorada pelo casal. Dona Dorinha também é muito vaidosa, e, já na terceira idade, foi Miss Rondonópolis 3ª Idade e representou o estado de Mato Grosso no Miss Brasil, em São Paulo. As faixas recebidas nos concursos são guardadas com muito carinho pela guiratinguense, que adotou Rondonópolis para viver.

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1 COMENTÁRIO

  1. Olá, morei muito tempo nesta cidade, a grande maioria destas pessoas que entrevistaram nesta serie de pioneiros, até onde eu conheço da historia deste municipio são desconhecidas pouco acrescentaram de importante, seria interessante pessoas que efetivamente deram alguma contribuição para o crescimento e desenvolvimento desta cidade.

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