A Prefeitura de Rondonópolis ainda não renovou o convênio com o Governo do Estado de Mato Grosso, para que por meio do Gabinete de Apoio à Segurança Pública (GASP) policiais militares, bombeiros militares e policiais civis, atuem em atendimento às demandas do município.
Por meio deste convênio, os servidores do Estado podem trabalhar para o município, atuando na segurança de locais públicos de responsabilidade da Prefeitura, como a UPA 24 horas e a rodoviária, por exemplo.
A reportagem questionou a Prefeitura sobre as negociações para firmar um novo convênio, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
Conforme informações recebidas de fontes do Governo do Estado, uma reunião para tentar solucionar a questão foi realizada, mas diante de uma tentativa de ampliar o convênio para mais serviços, houve uma recusa por parte do Município de Rondonópolis e o impasse prossegue.
Sem o convênio firmado, a Prefeitura não pode contratar os servidores do Estado, sob pena do prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (SD), responder por improbidade administrativa.
A falta de convênio pode acarretar em diversas situações para a população, como por exemplo o funcionamento do aeroporto Maestro Marinho Franco. Conforme relatado por uma fonte da reportagem, na gestão do ex-prefeito Percival Muniz quatro bombeiros militares atuavam no aeroporto de Rondonópolis, conforme determina a resolução nº 279 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), quando se leva em conta o porte, tipos de aeronaves e volume de passageiros no Maestro Marinho Franco.
Dos quatro, dois trabalham no serviço de rotina e dois contratados pelo Município por meio do GASP. Na atual gestão, o número de bombeiros via Gasp foi reduzido para um, e pode chegar a zero caso o convênio não seja renovado.
Três bombeiros estão sendo mantidos no aeroporto, mesmo diante do fim do convênio, para que as atividades não sejam suspensas. “Um prazo foi dado para que o município solucionasse essa questão, por isso o efetivo está sendo mantido no aeroporto. Existe um período do ano em que os bombeiros não podem tirar férias, devido ao grande volume de trabalho. Como está chegando ao fim o período proibitivo de queimadas, os militares vão começar a tirar férias e a corporação não terá efetivo para disponibilizar ao aeroporto sem convênio para pagamento”, explica a fonte.
Vale ressaltar que a ex-gerente do Departamento de Administração Aeroportuária, Daiane Tobias, antes de pedir exoneração do cargo, enviou um ofício direcionado ao prefeito e ao secretário municipal de Transportes e Trânsito, Rodrigo Metello, no dia 19 de setembro, alertando sobre a falta de combustível para efetuar as trocas dos turnos e a defasagem de bombeiros na Seção de Combate a Incêndio no Maestro Marinho Franco.
O problema de combustível foi solucionado na ocasião, e a informação até então era de que a questão com os bombeiros também estava resolvida. Contudo, diante das novas informações, ainda há risco de suspensão das atividades do Maestro Marinho Franco por falta de segurança, haja vista que o número de bombeiros, ainda que em menor que a determinação da Anac, só está sendo mantido devido a uma “gentileza” do Estado para com o Município. “Está sendo mantido para que a população não seja prejudicada com o fechamento do aeroporto”, reforça a fonte.
Ainda na questão de segurança, o aeroporto também não tem nenhum serviço de policiamento ou segurança particular, estando os usuários e funcionários do próprio aeroporto e das companhias aéreas sem nenhum tipo de respaldo. Dois policiais civis que faziam a segurança do local, também mantidos por meio do Gasp, não atuam mais no local devido a falta de pagamento por parte do Município.
VOOS
Ainda com relação ao aeroporto do município, passageiros voltaram a sofrer com as mudanças repentinas promovidas pelas companhias aéreas que atuam na cidade, alegando falta de condições para pouso.
Durante a madrugada de ontem, o voo da companhia aérea Passaredo de Ribeirão Preto para Rondonópolis foi informado de que o aeroporto estava fechado há duas horas.
“O piloto da aeronave nos informou que estava fechado, depois de ficar sobrevoando a cidade, retornamos para Cuiabá. A informação que ele passou é de que havia um nevoeiro, mas no momento em que a aeronave passou pelo aeroporto não havia nevoeiro nenhum, então não sabemos ao certo porque a aeronave não pode pousar”, contou uma das passageiras do voo.
Conforme relatado por taxistas, o voo da companhia aérea Azul, que chega em Rondonópolis ao fim do dia, também foi cancelado devido às condições climáticas na tarde de anteontem (2).