A obra de duplicação da BR-163 em Mato Grosso também aparece na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 9 de agosto.
O ex-governador disse que recebeu R$ 1 milhão da empresa Odebrecht, para pagamentos de dívidas de campanha, e, em troca, o Governo concedeu de forma rápida as licenças ambientais para a empresa executar obras no trecho que liga a divisa do Mato Grosso do Sul, passando por Rondonópolis, até o Município de Sinop. A Odebrecht, desde 2013, administra a rodovia no Estado após vencer a licitação feita pelo Governo Federal.
Segundo Silval, o diretor de saneamento da Odebrecht, Alexandre Barradas, o procurou para falar do interesse que a empresa tinha em participar do edital de licitação da concessão da rodovia e que, para tanto, gostaria de conhecer o potencial econômico de Mato Grosso. A Odebrecht, conforme Silval, participou da licitação realizada pelo Governo Federal, e foi a vencedora do processo.
O ex-governador disse que, após vencer a licitação, Barradas agendou uma outra reunião com ele, para mostrar o projeto de como a rodovia ficaria após as obras. Nesse referido encontro, a Odebrecht pediu a Silval para que o órgão ambiental Estadual “desse uma atenção especial na licença ambiental necessária para execução do projeto, eis que o Governo Federal havia delegado a competência para realização de tal licença ao Governo Estadual”.
Para “ajudar” a empresa, Silval pediu um auxílio financeiro a fim de quitar o restante de sua dívida de campanha eleitoral. “Que diante de sua solicitação Alexandre Barradas entregou para o declarante o montante aproximado de R$ 1 milhão, não se recordando a forma como essa entrega ocorreu, contudo afirma que referida doação não foi contabilizada”, diz trecho da delação do ex-governador.
