Após o recebimento de denúncia, a fiscalização do Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT) constatou em Rondonópolis, nesta quinta-feira (16/6), dois homens que vinham se passando por dentistas e realizando ilegalmente o atendimento a pacientes. Os dois casos de exercício ilegal da profissão foram confirmados pelo CRO-MT em dois endereços diferentes na Vila São Francisco.
O presidente do CRO-MT, cirurgião dentista Luiz Evaristo Ricci Volpato, explicou ao Jornal A TRIBUNA que, nesses dois casos constatados em Rondonópolis, são pessoas sem formação acadêmica, sem habilitação ou inscrição junto ao órgão. Assim, atesta que eles incorrem nos crimes de charlatanismo, falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. O órgão preferiu não divulgar os nomes das pessoas.
Para confirmação das denúncias, Luiz Evaristo informa que os fiscais do CRO estiveram, acompanhados da Polícia Militar, nos locais que esses dois homens vinham atuando ilegalmente. No primeiro caso averiguado, a pessoa que se passava por dentista conseguiu evadir do local. No segundo caso, a pessoa se trancou no imóvel. Como não estava de posse de mandado judicial, a equipe não conseguiu entrar no local. Na sequência, os fiscais foram até a delegacia de polícia para o registro do boletim de ocorrência.
Diante desses dois casos constatados em Rondonópolis, o presidente do CRO-MT alerta a população local quanto ao perigo desse tipo de atuação, da necessidade de se ficar atento e sempre denunciar atuações suspeitas. Em primeiro lugar, observa que a atuação desse tipo de pessoa na Odontologia expõe a população a um risco enorme, considerando que, conforme verificado agora em Rondonópolis, o atendimento é feito em locais sujos, insalubres, com equipamentos sucateados, sem uso de jaleco e até sem luvas. “É uma situação completamente irregular… Uma pessoa pode entrar sã e sair doente…”, afirmou.
Entre 2015 e 2016, esses são os primeiros casos de exercício ilegal da Odontologia confirmados em Rondonópolis, segundo o CRO-MT. Contudo, Luiz Evaristo informa que, infelizmente, essa prática ilegal é comum em Mato Grosso, onde há uma média de 10 casos registrados por ano. “É muito difícil haver um flagrante sem que haja a denúncia”, externa.
Luiz Evaristo orienta a população que, caso desconfie da atuação de alguém que se identifica como dentista, pode-se verificar se realmente a pessoa é profissional devidamente regular no site do CRO na internet, através do nome completo ou registro. Denúncias do exercício ilegal da profissão podem ser feitas junto à Polícia, Ministério Público ou ao CRO-MT.
Conforme o presidente do CRO-MT, os dois casos constatados em Rondonópolis de exercício ilegal da profissão serão encaminhados agora para o Ministério Público, para as devidas providências legais. Ele justifica que, como os dois não são dentistas, não possuem registro, não há como o CRO penalizá-los.
O órgão também informa que esses dois homens que vinham se passando por dentista em Rondonópolis já tinham passagem pela polícia pelo mesmo crime.