O sonho dos rondonopolitanos de verem a Praça dos Carreiros, ponto histórico e turístico do município, completamente reformada, continua distante. É que a primeira etapa de revitalização da praça, que vem sendo realizada pela prefeitura de Rondonópolis, está atrasada e não deve ser entregue na data estipulada. Na placa em que constam as indicações da obra que está fincada na praça, consta que o projeto, orçado em R$ 221.999,99, com recursos próprios do Município, teve início no dia 25 de setembro de 2015, com o prazo de execução estipulado em quatro meses.
De acordo com a Prefeitura, a ordem de execução foi dada no dia 29 de setembro de 2015 pela secretaria de Infraestrutura do Município, portanto, a etapa deveria ser finalizada até o fim deste mês. Nesta primeira etapa da obra de revitalização da praça será construída a plataforma, o carro de bois e mais quatro bois em concreto, voltados para a lateral da Rua Rio Branco. O projeto, no entanto, envolve mais três etapas, que serão licitadas em sequência, conforme disponibilidade de recursos. Com isso tudo leva a crer que o projeto completo não será finalizado nesta gestão.
De acordo com o arquiteto e urbanista Alexandre Torres, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Rondonópolis (Ippur), a obra não está dentro do cronograma devido a alguns empecilhos encontrados pela empreiteira logo após a ordem de execução, ao período chuvoso, que diminui o ritmo de construção. “Não justifica o atraso, mas explica”, disse Alexandre, lembrando que esta etapa da revitalização é extremamente simples, mas que a chuva acaba afetando o cronograma.
De acordo com a Prefeitura, após a ordem de execução, três comerciantes foram notificados para deixarem o local no dia 8 de outubro de 2015, eles tiveram o prazo de cinco dias para deixarem suas atividades em seus quiosques e depois a empreiteira levou ainda mais algum tempo para demolir as três construções, também afetando o cronograma da obra.
Ainda de acordo com a Prefeitura, neste momento está em avaliação na secretaria de Infraestrutura um pedido da empreiteira responsável pela construção para prorrogar em 90 dias o prazo de entrega da obra, devido a esse processo de desocupação e também problemas com o fornecimento de energia. A empresa teria feitos pedidos à concessionária Energisa para fazer uma ligação de energia para que os trabalhadores usem as betoneiras, mas até o momento nada foi feito, obrigando os funcionários à ‘baterem o cimento na mão’. De acordo com a Prefeitura, a empreiteira já fez inclusive uma reclamação formal ao Procon local.
Em fevereiro de 2015 o prefeito Percival Muniz divulgou em sua página pessoal no Facebook, o projeto de revitalização da Praça dos Carreiros. A divulgação de um suposto novo projeto para a praça teve grande repercussão entre a sociedade na ocasião, despertando muitos elogios. Na época, a promessa era lançar o edital de licitação até o fim de março de 2015, para começar as obras até o fim de abril. Mas passado algum tempo, devido à falta de recursos, a promessa não se concretizou e a Prefeitura resolveu então fazer a revitalização do local em etapas, estando a primeira, portanto em atraso.
TAPUMES DE PÉSSIMA QUALIDADE
Os tapumes instalados para cercar o local onde deve ficar o carro de boi têm chamado à atenção não só pela péssima qualidade, como por esteticamente prejudicarem o visual da praça e por já estarem se deteriorando com o início do período de chuvas.
Alexandre Torres justificou a situação alegando que os tapumes metálicos tem alto custo e isso encareceria a obra. “Entendemos que visualmente não é o que todos gostariam e é claro que gostaríamos de usar tapumes de melhor qualidade, mas nós estamos buscando fazer a praça, não tapumes. Os tapumes metálicos chegariam quase ao valor desta primeira etapa da obra”, disse Alexandre.
CONSERVAÇÃO DA PRAÇA EM FALTA
Se por um lado os tapumes da obra de revitalização da praça incomodam, por outro lado o desleixo com a limpeza e conservação da mesma ainda mais. Há poucos dias o A TRIBUNA publicou em suas páginas o mato alto na Praça dos Carreiros, problema que foi prontamente solucionado pela prefeitura, por meio da Coder. Em uma nova visita à praça, a reportagem flagrou novamente a situação de abandono, desta vez, o coreto, marco histórico do local e que já sofre com a presença de usuários de drogas, também sendo tomado pelo mato.
Inicia e não termina, parece ser marca registrada na maioria d as obras em nossa cidade, a exemplo da tão propalada ponte sobre o Rio Vermelho, a reforma do Centro de Saúde na Cohab velha, na Coophalis, cujo término estava previsto para janeiro de 2016, no entanto nem a demolição de diversas partes está concluída e, nada está sendo feito há uns quatro meses. No entanto a placa indicando a obra é quase do tamanho da reforma.