A audiência pública com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, realizada ontem pela Comissão de Infraestrutura do Senado, em Brasília, terminou sem uma previsão de retomada dos trechos paralisados da duplicação da BR-364/163 entre Rondonópolis e Cuiabá. A informação foi repassada ao Jornal A TRIBUNA pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), que se mostrou preocupado com a situação de infraestrutura do Estado.
Conforme Wellington Fagundes, o ministro não externou nenhuma definição em relação ao cronograma de pagamentos dos principais projetos em logística no Brasil, entre eles a duplicação da BR-364/163 entre Rondonópolis e Cuiabá, sob responsabilidade do Governo Federal. Mesmo assim, externou que ficou definido que essa obra de duplicação está entre as prioridades do Ministério dos Transportes e da equipe econômica do governo.
A posição do ministro externando que não há previsão de regularizar os pagamentos nas obras de logística deve resultar em paralisação de novas obras no Brasil. Mesmo alguma rodovia estando entre as prioridades, o senador explicou que legalmente não há como priorizar o pagamento de determinadas obras em logística. Nesse sentido, externou que o governo precisará estudar meios para tornar possível o pagamento para determinadas obras.
Autor do requerimento de convocação do ministro, Wellington voltou a alertar o governo para a questão da duplicação da BR-364/163 e a possibilidade de início de cobrança dos pedágios na rodovia, ainda que as obras estejam longe de serem concluídas. Dos 800 quilômetros de estrada, 400 estão sendo recuperados e duplicados pela concessionária Rota do Oeste. Os outros 400 estão a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), onde há vários problemas.
No trecho de Rondonópolis a Jaciara as obras estão paralisadas por falta de repasse. De Cuiabá a Serra de São Vicente também está parado. No trecho de Jaciara a Serra de São Vicente, segundo Wellington, “a empresa está já nas últimas”. O trecho de Cuiabá a Rosário está em licitação. Há um pedaço concluído de Rosário a Posto Gil, que tem um problema sério, que é a Serra da Caixa Furada, que aponta para a possibilidade inclusive de interrupção do tráfego de veículos.
“A população, claro, não vai aceitar pagar o pedágio. Não pagando o pedágio, vem mais uma complicação em relação à concessionária, porque ela não vai poder cumprir os compromissos”, alertou.
Ontem, à noite, os senadores teriam uma nova reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para novas discussões sobre o assunto.
