O alemão mais ilustre de Rondonópolis, o padre Lothar Bauchwrovitz, foi devidamente homenageado pelo título de seu país natal na Copa do Mundo 2014, conquistado no Maracanã, no último domingo (13). Na verdade, a festa montada pela Comunidade Eclesial de Base (CEB) São Jorge, na noite de ontem (15), na Vila Iracy – região da Vila Operária, era para comemorar ainda o aniversário de 76 anos do padre, ocorrido no último dia 1º de julho, mas a vitória recente e maiúscula do futebol germânico em terras brasileiras deu um tempero a mais para a homenagem, que foi antecedida por uma santa missa celebrada por Lothar.
Com 50 anos de Brasil, dos seus 76 anos de idade, Lothar assume que seu coração nem pode ser mais considerado dividido. “Já é mais brasileiro”, brinca. Sobre o título de seu país de origem, o padre, que assistiu alguns jogos da copa, disse que foi merecido. “A Alemanha jogou muito bem, soube se impor sobre adversários difíceis. Acho que não havia nenhuma equipe que merecesse mais não”, define.
Lothar conta que não é lá um grande amante do futebol, mas diz que em sua juventude jogou futebol, mas rapidamente viu que não seria um grande craque logo de cara. “Eu jogava na defesa, marcando. Mas sempre fui gordo, então era difícil acertar. Eu ainda tinha medo de me machucar, então decide não teimar”, lembrou.
Responsável pela paróquia São José Operário, matriz de outras 34 CEBs, padre Lothar brinca que todo ano tem mais de 30 festas para comemorar seu aniversário, o que faz dele uma das pessoas que certamente já ouviu mais vezes o canto do parabéns destinado a si. “Como cada dia temos celebração em um lugar, durante todo o mês tem sempre algum evento. Acho que eles devem gostar de mim né? Só pode”, riu Lothar.
Vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Vila Operária (Condivo), uma das agremiações que Lothar está à frente, Madalena Maria de Jesus, uma das principais ajudantes do padre, disse o que representa a figura do padre alemão para a comunidade. “Pode parecer até meio forte dizer, mas depois da fé que temos em Deus, nossa confiança é toda nele. Toda missa que ele faz nas comunidades, ele reúne as lideranças e pergunta o que mais está faltando para as pessoas que moram ali. Rapidamente ele dá um jeito de resolver”, testemunhou.
Depois de tanto tempo vivendo fora de seu país, Lothar reconhece que muito da cultura brasileira já adentrou em sua personalidade e mudou alguns de seus conceitos. Mesmo já passados cerca de 15 dias do seu aniversário, Lothar garante que ainda está aceitando presentes, mas não para ele. “Quando digo que querem me dar algo, eu peço que revertam o dinheiro para a construção de casas para os pobres. Graças a Deus já estamos construindo mais 30”, relatou, referindo-se sobre o programa gerenciado pela Cáritas Diocesana, que já deu mais de 3 mil casas para rondonopolitanos nas últimas décadas.
