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Rondonópolis
, 19 maio 2024
 
 

Os desafios ambientais de Rondonópolis

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Rondonópolis produz toneladas de lixo por dia que são jogadas em um lixão
Rondonópolis produz toneladas de lixo por dia que são jogadas em um lixão
Com pouco mais de 20% de esgoto tratado, ainda é comum na cidade que o esgoto in natura acabe dentro dos córregos
Com pouco mais de 20% de esgoto tratado, ainda é comum na cidade que o esgoto in natura acabe dentro dos córregos
Com pouco mais de 20% de esgoto tratado, ainda é comum na cidade que o esgoto in natura acabe dentro dos córregos
Com pouco mais de 20% de esgoto tratado, ainda é comum na cidade que o esgoto in natura acabe dentro dos córregos

–> LIBERADO –> Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente comemorado hoje (5), a reportagem do jornal A TRIBUNA conversou com o secretário Municipal do Meio Ambiente, Lindomar Alves, e com o presidente da Associação Rondonopolitana de Proteção Ambiental (ARPA), biólogo João Fernando Copetti Bohrer, para que eles apontassem os principais desafios ambientais que a cidade ainda tem que superar. Os principais problemas apontados são a rede de esgoto e a falta de destinação correta dos resíduos sólidos.
Para os dois entrevistados, o esgotamento sanitário é o principal problema ambiental da cidade. Com pouco mais de 20% de esgoto tratado, ainda é comum na cidade que o esgoto in natura acabe dentro dos córregos da cidade, além do Rio Vermelho. O esgoto sem tratamento não traz somente problemas ambientais, mas como de saúde pública e, por isso, é o que merece maior preocupação.
Segundo Lindomar Alves, o esgoto está diretamente ligado à vida da população e hoje ainda é lançado em córregos por ligações clandestinas nas galerias de água pluvial e na própria rede condominial que foi feita antes das obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A projeção do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) é que até o final do ano, 80% do esgoto seja tratado na cidade.
No entanto, conforme o biólogo João Fernando, com 80% do esgoto tratado na cidade pode-se diminuir o problema das ligações irregulares e dos lançamentos em córregos, mas não haverá uma melhoria da qualidade da água do Rio Vermelho. “Haverá uma melhoria no sistema de tratamento, mas vai aumentar o volume dos resíduos. Então, não haverá diferença do que é hoje”, destacou o biólogo.
Além do esgoto, os entrevistados apontaram o problema da água servida lançada nas vias da cidade. De acordo com eles, a água servida, que é lançada nas ruas por empresas e moradores, não só é um problema ambiental, porque não se pode identificar o que está contido naquela água, como é também um problema para a infraestrutura da cidade, pois a água servida corrói a pavimentação asfáltica. “Nestes casos, falta conscientização da população. A lavagem das calçadas com sabão, por exemplo, provoca buracos nas ruas e muitos nem prestam a atenção nisto”, reforçou Lindomar Alves.
Em segundo lugar, os entrevistados apontaram a falta de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos como um dos problemas ambientais que precisa ser resolvido com urgência. “Rondonópolis produz 170 toneladas de lixo por dia que é jogado em um lixão. A falta de um aterro sanitário e da coleta seletiva é um problema que deve ser resolvido com urgência”, apontou João Fernando.
Hoje, o Município já conta com uma licença prévia para a criação do aterro sanitário na cidade, mas ainda precisa realizar um projeto e definir se irá terceirizar os serviços, além de implantar a taxa de lixo na cidade. Com a implantação do aterro, vem a coleta seletiva.

Matas ciliares e nascentes também são problemas

João Fernando, da Arpa: “falta de um aterro sanitário e da coleta seletiva é um problema que deve ser resolvido com urgência”
João Fernando, da Arpa: “falta de um aterro sanitário e da coleta seletiva é um problema que deve ser resolvido com urgência”
Lindomar Alves, da Semma: “a lavagem das calçadas com sabão, por exemplo, provoca buracos nas ruas e muitos nem prestam a atenção nisto”
Lindomar Alves, da Semma: “a lavagem das calçadas com sabão, por exemplo, provoca buracos nas ruas e muitos nem prestam a atenção nisto”

Além do problema com o esgoto e com a falta de gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, a preservação das matas ciliares e das nascentes dos córregos que cortam a cidade é apontada pelo secretário Municipal de Meio Ambiente, Lindomar Alves, e pelo presidente da Associação Rondonopolitana de Proteção Ambiental (ARPA), biólogo João Fernando Copetti Bohrer, como outro problema ambiental de Rondonópolis que precisa ser enfrentado.
Tanto para Lindomar como para João Fernando, é preciso investir na retirada de famílias e empresas que estão dentro das Áreas de Proteção Permanente (APPs) às margens dos córregos e do Rio Vermelho e depois atuar na recuperação vegetal do local.
“Em 2009, a secretaria fez um levantamento dos moradores das áreas de mata ciliar e em parceira com o Ministério Público, que ajuizou ações contra os moradores e com a Habitação, que deveria fazer as casas para a retirada dos moradores. Alguns foram retirados, mas o Residencial Padre Miguel, que iria receber essas famílias, está até hoje sem ser finalizado. A prefeitura, na gestão anterior, decidiu fazer a obra por conta própria e as casas não saíram”, explicou Lindomar Alves.
Enquanto isso, as famílias que moram às margens dos córregos e do Rio Vermelho, geralmente, lançam esgoto direto nas águas, assim como jogam o lixo nas margens. Para João Fernando, este é um problema que está até institucionalizado em Rondonópolis, mas que não é por isso, que não tem como ser resolvido.
Para tentar recuperar APPs às margens dos córregos, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) recebeu uma doação de madeira para cercar as áreas já desocupadas com o intuito de impedir novas invasões e fazer com que a mata se recupere.
Segundo João Fernando, a recuperação da mata ciliar, com a recuperação de nascentes e cabeceiras de rios pode-se evitar o assoreamento destes, bem como o deslizamento das encostas e aumentar o volume e a qualidade da água. No entanto, ele alerta que o processo é lento, geralmente, de médio e longo prazo.

Aumento da frota causa poluição e cria microclima

Crescente aumento da frota de veículos em Rondonópolis causa aumento na liberação de gás carbônico no ar
Crescente aumento da frota de veículos em Rondonópolis causa aumento na liberação de gás carbônico no ar

Outro problema ambiental apontado pelo presidente da ARPA, biólogo João Fernando Copetti Bohrer, é o crescente aumento da frota de veículos em Rondonópolis. Segundo ele, isso causa aumento na liberação de gás carbônico no ar, que gera poluição e faz com que a cidade fique em uma espécie de bola, formando um microclima, geralmente mais quente.
Para ele, o Município deveria investir em políticas públicas que melhorassem o transporte coletivo, incentivando as pessoas a deixarem os veículos em casa, e em transportes alternativos, como o uso de bicicletas normais ou elétricas.
“Ao contrário de muitas cidades que investem em transportes alternativos e no transporte coletivo, em Rondonópolis se observa uma cultura inversa, onde se investe na compra de veículos e esta situação é preocupante”, destacou.
Além da poluição, em época de seca, o gás carbônico liberado pelos veículos, somado à fumaça das queimadas e o microclima, causam sérios problemas respiratórios para as pessoas.

Educação ambiental no currículo escolar

O presidente da ARPA, biólogo João Fernando, defende que a educação ambiental deveria fazer parte do currículo escolar e não ser ensinada apenas de forma transversal como ocorre hoje.
“Sabemos que os problemas que enfrentamos hoje, muitos vêm da falta de educação ambiental, por isso, defendo que a educação ambiental deveria ser uma matéria do currículo escolar nas várias fases de escolaridade”

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