BR-364 destrói mais uma família

–> LIBERADO –> A BR-364, no trecho entre Rondonópolis a Cuiabá, a “Rodovia do Horror”, deixa mais uma família destruída em Rondonópolis. No começo da tarde de sábado (21), o mecânico Lúcio Mauro da Silva, 37 anos, conhecido como  “Vila Olinda”, perdeu sua vida após uma colisão entre uma carreta tanque e a caminhonete picape que ele dirigia.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 13h, próximo ao distrito de Santa Elvira, no município de Juscimeira. Ainda de acordo com a PRF, a picape que era conduzida por Lúcio Mauro tentou fazer uma ultrapassagem e bateu de frente com a carreta, que vinha no sentido Campo Grande (MS) a Cuiabá. Lúcio Mauro retornava da Capital, onde foi prestar  serviço à empresa que trabalhava. Ele viria para passar o final de semana com a família moradora no Parque Universitário e os pais na Vila Olinda.
O impacto entre os dois veículos foi violento. A carreta conduzida pelo motorista Antônio Adroaldo Medeiros acabou tombando sobre a pista e o combustível que era transportado vazou, mas foi contido com pó de serragem para absorver o combustível e evitar incêndio. Com o acidente, a rodovia ficou parada, causando um grande congestionamento. As causas do acidente estão sendo investigadas
Mauro Lúcio deixou viúva Gislene Temotheo Carlos e o casal de filhos Islene Temotheo, 10 anos e Mauro Júnior Temotheo, 4 anos. A mãe dele, Maria Miguelina da Silva, 57 anos, em meio à dor fez um desabafo. “O povo está morrendo nessa rodovia e ninguém faz nada, nem governo e nem população. Meu filho morreu em um desastre. Só sendo mãe para saber como é esta dor. Caso a rodovia já estivesse duplicada ainda teríamos nosso filho vivo”, diz.
“Nossa família está dilacerada e agora tenho dois netos sem pai e uma nora viúva. Meu filho era alegre. Sempre estava presente em nossas vidas, mas agora o perdemos neste acidente”, acrescentou o pai Eurides Teixeira de Alburquerque, 59 anos.
Conforme a esposa do mecânico, Gislene Temotheo, Lúcio Mauro seria promovido a chefe de oficina da empresa para a qual trabalhava e eles iriam se mudar para Cuiabá. “No dia do acidente eu falei com ele pela manhã. Eu tinha planos de ir para Capital no final de semana. Mas ele me disse que viria para a cidade e me traria um presente. Mas não disse o que era. Apenas disse que além do presente traria um vinho e um salame. Só depois do acidente, que soubemos que o presente seria a notícia da sua promoção na empresa, o que lhe deixou muito feliz e teria comprado o vinho e o salame para comemorar”, conta a esposa.
Após a ligação feita por Gislene Temotheo, na manhã de sábado, ela falou novamente ao telefone com o marido por volta do meio dia. “Nesse horário ele me disse que estava passando por Jaciara. Algum tempo depois, eu ainda liguei novamente porque percebi que ele estava demorando a chegar. Mas o celular dele deu fora de área. Após isso, fui preparar um sorvete para ele, foi quando chegou a minha sogra e o pessoal da empresa me trazendo esta terrível notícia”, relata. “Naquele momento o mundo desabou sobre mim. Perdi o chão”, acrescenta.
O corpo de Lúcio Mauro foi velado na casa da sua mãe, na Vila Olinda e sepultado por volta das 16 horas do domingo (22), no Cemitério da Vila Aurora.