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, 20 maio 2024
 
 

Coronel Adib volta a Rondonópolis

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–> LIBERADO –> O coronel da reserva Adib Massad, 83 anos, será homenageado pela Polícia Militar, no final da tarde desta sexta-feira (18), durante a troca de comando no 4º Comando Regional Sul da PM, que ocorre a partir das 16h30, no quartel, localizado às margens da BR-364.
Segundo o coronel Valdevino Pimentel, que passará o comando para o coronel Mauro Anselmo Moraes Ribeiro, ex-comandante regional da Polícia Militar em Alta Floresta, na oportunidade será inaugurada uma praça esportiva no quartel que levará o nome de coronel Adib Massad.
“O coronel Adib é uma lenda viva. Iremos homenageá-lo e levar à sociedade a notícia da sua presença aqui na cidade, vindo exclusivamente de Campo Grande (MS), onde reside, para receber esta homenagem que é em razão dos seus  serviços prestados e da marca positiva que deixou na cidade, alavancada pela sua simplicidade e rigidez nas ações em defesa da segurança pública”, ressaltou o coronel Valdevino.
HOMEM TEMIDO
O coronel Adib, na década de 70, teve uma atuação destacada em prol da segurança pública de Rondonópolis e região, exercendo a dupla função de delegado e comandante de polícia. Na época, ainda como tenente, ele ficou famoso por promover uma verdadeira varredura contra a criminalidade que assolava a cidade, passando a ser uma das autoridades mais respeitadas pela sociedade e temida pela marginalidade.
“Tínhamos dificuldades e nem sempre alcançávamos os nossos objetivos, mas nos esforçávamos. Muitos problemas eu não estava preparado para resolver, mas tinha vários amigos e companheiros que eram chamados para nos dar apoio. Por todas as cidades por onde passei, fiz amizades com pessoas de bem, como juízes, promotores de justiça, políticos e outros. Eram pessoas que nos apoiavam e orientavam o nosso trabalho em prol da segurança da comunidade”, lembra o coronel da reserva.
Ele recorda que tinha ao seu lado bons soldados e oficiais que eram a sua base. “Sempre valorizei os meus soldados e eles me davam respaldo. Vencíamos os problemas unidos”, conta.
O coronel Adib relata que, no ano de 1969, quando chegou para exercer a função de delegado e comandante de polícia em Rondonópolis, o problema maior era com casos de embriaguez. “Não se podia andar na calçada porque eram bêbados caídos em todo lugar. Os autores de crimes na época eram pessoas vindas de outras cidades e estados, problema este que resolvi com rigor”, externou.
O oficial da reserva recorda que, na década de 70, existia a lei do silêncio a partir das 22 horas.  “Para cumpri-la contei com o apoio do prefeito na época, o Hélio Cavalcante Garcia, que nos cedia viaturas para montar patrulhas e fazer valer a lei do silêncio. Nos finais de semana, enchíamos a cadeia de gente embriagada. Nas segundas-feiras, a frente da delegacia lotava de pessoas para ver os presos saindo da cadeia”.
Quando ainda era o temido Tenente Adib, o comandante e delegado dava um corretivo naqueles que eram presos pela prática de algum delito. “Eu sentava o preso no meio do salão da delegacia e, do lado, o livro de registro de preso. Perguntava o nome, motivos da prisão e mais uma série de coisas. Na época eu tinha um porrete que coloquei o nome de “capitão”. Eu era tenente e perguntava para o preso se ele queria falar com o tenente ou com o ‘capitão’. O detido respondia que queria falar com o capitão, então eu dizia deita ai, quando eu dava umas duas ou três lambadas e o mandava embora. O corretivo não era por maldade e me ajudou a limpar a cidade”, conta.
O coronel Adib recorda que, durante a sua passagem por Rondonópolis, os fazendeiros da região o ajudaram a promover a segurança pública e a redução da criminalidade, dando emprego para muitos desocupados.
“Os fazendeiros começaram a pegar os presos para trabalhar em suas propriedades. Com isso, foi limpando a cidade. Às vezes, encontrava aqueles trabalhadores das fazendas que já tinham passagem pela polícia e eles, gaguejando, antes de qualquer iniciativa minha, já justificavam que vieram à cidade apenas para fazer uma ‘comprinha’ e logo iriam embora”, relembra o coronel.
Diante da homenagem que a Polícia Militar irá lhe prestar na tarde desta sexta-feira, o coronel Adib revelou à reportagem que está muito emocionado. “Não tenho expressão para externar tamanho é o sentimento de alegria por este reconhecimento. Por esta homenagem, eu agradeço muito aos meus comandantes e comandados do passado. Tive do meu lado excelentes soldados. Ninguém chega a coronel sem ter soldados. Sou um coronel que sempre tive o apoio dos comandados, além de ser superior eu tinha uma habilidade para conviver com os soldados”.
LIVRO
Durante a sua passagem por Rondonópolis, o coronel Adib está fazendo a divulgação de um livro que conta a sua história: “Coronel Adib – a História”.

Historiador relembra a “Era Adib”

O escritor, historiador, advogado e homem da comunicação, Ailon do Carmo, foi uma das pessoas da sociedade que presenciou a atuação do Tenente Adib. “Na época, ele agia com rigor. A legislação lhe permitia isso. Ele procurava resolver os problemas da cidade como embriaguez, furto e roubos. Foi o homem da década de 70 que fez o trabalho de ‘limpeza’ da cidade, pois almejava que o município seguisse seu curso com tranquilidade. Foi um delegado que procurava manter a ordem na cidade”, relata.
De acordo com o escritor, logo na entrada onde ficava a cela da delegacia do Tenente Adib, estava escrito em letras grandes em um cartaz pregado na parede: “Quem entrou aqui e dizer que não apanhou, está mentindo”.
“Nunca me esqueci desta frase em letras grandes. Me lembro de um jovem que, aos 16 anos, estava incomodando a população. Então, prenderam ele e levaram para o Tenente Adib. O pai estava lá e disse que o tenente não iria bater no filho. Então, o Tenente Adib respondeu que era para ele ficar quieto para não apanhar também. Realmente, era rigoroso, mas o que procurava era resolver os problemas da cidade. A sua fobia era contra ladrão. Quando era preso um ladrão, era inevitável, era levado para o Tenente Adib dar o corretivo”, conta o historiador.
Conforme Ailon do Carmo, quando o Tenente Adib deixou a cidade os ladrões voltaram a atormentar as pessoas e com isso os moradores clamavam novamente pelo seu nome. “A marca dele era de perseguição aos ladrões. ‘Ah se o Tenente Adib estivesse aqui!’, era a frase mais dita pela sociedade quando ocorria um crime”, finaliza.

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  1. Pois bem, naquela época existia ordem, não era esta anarquia disfarçada de democrácia que hoje esta, hoje o policial não pode olhar feio para o vagabundo que já responde procedimento e acaba sendo punido ou até mesmo indo parar na auditoria militar e sendo excluido das fileiras do PM, os comandantes não tem força de bosta nenhuma eles só cuidam muito e da cadeirinha de comandante, isso sim, falo isso com conhecimento de causa porque sou policial militar da PMMS com 27 anos de serviço

  2. Naquela época não se via bandidos à solta dando ordem para cidadão honesto fecharem seus estabelecimentos, quase não se via falar em roubos à bancos,mercados e residências e não se via políticos colocando dinheiro em cuecas. E o regime Militar só combateu esses mesmo políticos que estão aí nos roubando.

  3. Terra da lei do 44, acredito que o Cel. Adib pela passagem por ROO, minimizou e fez que os sulistas acreditassem na Cidade. Justa homenagem…

  4. Naquela epoca, ele era amparado pelo Regime Militar que dava todas as garantias, hoje com a democracia talves ele era um dos militares que iriam passar pelo comissão da verdade.Cheguei a conhecer esta pessoa, era temido e usava de seu poder p/fazer muitas atrocidades.Naquela epoca em Guiratinga tambem teve um militar deste mesmo jeito. Não podemos relembrar estas coisas com galhardia.

  5. Não existe mais policial com a índole do cel. Adib, em parte devido aos advogados dos direitos humanos de bandidos, que os defendem ganhando muito dinheiro. Hoje em dia o bandido, de modo geral, tem mais direitos do que o trabalhador. Morei em dourados/MS na década de 70 e quando o cel. por lá aparecia era um alívio para nós, pois bandido e ladrão não tinha vez. Hoje Rondonópolis é um salve-se quem puder.

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